Juraci Magalhães

  • Juraci Magalhães e Juscelino Kubitsheck. S.I., 11 de julho de 1960. Arquivo Público do Estado de São Paulo/Última Hora.

Juraci Montenegro Magalhães nasceu em Fortaleza no dia 4 de agosto de 1905, filho de Joaquim Magalhães e de Júlia Montenegro Magalhães.

Cursou a Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, e foi declarado aspirante-a-oficial da arma de cavalaria em 1927. Designado para o 23º Batalhão de Caçadores (BC), em Fortaleza, passou a oferecer apoio aos oficiais tenentistas foragidos no Nordeste. Servia no 22º BC, na Paraíba, quando eclodiu a Revolução de 1930, da qual participou.

Em setembro de 1931, foi nomeado por Getúlio Vargas interventor federal na Bahia, estado em que a revolução contava com poucos adeptos. Em 1932, reprimiu manifestações de solidariedade aos constitucionalistas de São Paulo, então em confronto armado com o governo federal, promovidas por estudantes em Salvador. Em 1933, fundou o Partido Social Democrático (PSD) da Bahia, legenda que obteve ampla vitória nas eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, realizadas em maio daquele ano. No ano seguinte, deu apoio a Vargas na eleição presidencial indireta realizada pelos deputados constituintes. Também através de uma eleição indireta, obteve da Assembléia Constituinte estadual o mandato de governador constitucional, em abril de 1935.
Durante seu governo, tomou medidas repressivas contra a Aliança Nacional Libertadora (ANL) e também contra a Ação Integralista Brasileira (AIB). Ao mesmo tempo, opôs-se às pretensões de Vargas de continuar à frente do governo federal, após o término de seu mandato constitucional. Com a implantação da ditadura do Estado Novo em novembro de 1937, demitiu-se do governo da Bahia e retornou ao Exército.

Retomou as atividades políticas apenas no final do Estado Novo, quando passou a se articular com os setores de oposição ao regime. Em 1945, apoiou a candidatura derrotada do brigadeiro Eduardo Gomes à presidência da República, lançada pela União Democrática Nacional (UDN), partido de cuja comissão executiva nacional fazia parte. Nessa ocasião, elegeu-se deputado federal constituinte pelo estado da Bahia.

Em 1950, tentou retornar, sem sucesso, ao governo da Bahia. Com o início do segundo governo Vargas no ano seguinte, foi nomeado presidente da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e, em seguida, adido militar brasileiro nos Estados Unidos. Em 1954, presidiu a recém-fundada Petrobrás. Em outubro desse ano, elegeu-se para o Senado, pela UDN baiana.

Em junho de 1956 passou para a reserva como general-de-divisão e, no ano seguinte, quando Mílton Campos encerrou seu mandato na presidência da UDN, foi eleito presidente do partido.
Em 1959, voltou ao governo da Bahia, onde permaneceria até1963. Ainda em 1959, perdeu para Jânio Quadros a indicação de candidato udenista à eleição presidencial do ano seguinte. Na época, seu nome chegou a ser cogitado pelo presidente Juscelino Kubitschek para candidatar-se à presidência como candidato de união nacional apoiado numa coligação envolvendo a UDN, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Democrático (PSD).

Em 1964 participou da conspiração que derrubou o presidente João Goulart. No governo do general Castelo Branco, o primeiro do ciclo militar, foi nomeado embaixador brasileiro nos Estados Unidos. Nessa época, pronunciou uma frase que ficou célebre: "O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil". Em seguida, ocupou sucessivamente as pastas da Justiça e das Relações Exteriores. Com o fim do governo de Castelo Branco, em 1967, deixou a carreira política e passou a se dedicar à iniciativa privada, ocupando a presidência de diversas empresas brasileiras e estrangeiras.

Casou-se com Lavínia Borges Magalhães, com quem teve dois filhos.