Danton Coelho

  • Danton Coelho (com cigarro) entre outros por ocasião do banquete de psse do presidente Getúlio Vargas no Itamarati. Rio de Janeiro, 2 de fevereiro de 1951; FGV/CPDOC, Arq. Nero Moura.

Danton Coelho nasceu em Porto Alegre (RS) no dia 3 de novembro de 1906, filho de Júlio Coelho e de Leocádia Neves Coelho. Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais, tendo cursado as faculdades de Direito de Porto Alegre e do Rio de Janeiro, pela qual obteve seu diploma.

Participou da Revolução de 1930 e em 3 de novembro do mesmo ano passou a trabalhar no gabinete do ministro da Fazenda, Osvaldo Aranha. Em março de 1932, filiou-se ao Clube 3 de Outubro, organização criada para congregar as correntes tenentistas partidárias da manutenção e do aprofundamento das reformas implantadas pela revolução.

No início de outubro de 1932, foi nomeado chefe de polícia do estado de São Paulo. Demitindo-se pouco depois, não assumiu outros cargos públicos, afastando-se por algum tempo de uma atuação política mais direta. Em 1934 tornou-se vice-presidente do Conselho de Contribuintes de São Paulo e, de 1940 a 1946, foi membro da delegação do Tesouro Nacional em Londres e em Nova Iorque. Neste último ano passou a servir como conselheiro da embaixada brasileira no México, onde permaneceu até 1947. De volta ao país, exerceu a função de fiscal do imposto de consumo e, no final de 1948, durante o governo do presidente Eurico Dutra, reiniciou suas atividades políticas, ingressando no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

A partir de fins de 1949, ao se iniciarem as articulações para a eleição presidencial de 1950, Ademar de Barros, então governador de São Paulo, decidiu indicar Vargas como candidato à presidência pelo Partido Social Progressista (PSP). O PTB também lançou a candidatura de Vargas, que aceitou ambas as indicações. Enquanto presidente interino do PTB a partir de agosto de 1950, Danton Coelho foi um dos principais articuladores da aliança PTB-PSP, a chamada Frente Populista, conseguindo que o nome de João Café Filho fosse aceito pelos trabalhistas para integrar a chapa como vice-presidente de Vargas.

Essa aliança teve grande importância para a vitória eleitoral de Vargas em 1950, no mesmo pleito em que Danton Coelho se elegeu deputado federal pelo Distrito Federal na legenda do PTB. Por ter sido nomeado ministro do Trabalho do governo Vargas, não assumiu seu mandato na Câmara dos Deputados.

Paralelamente, Danton manteve-se na presidência do PTB até junho de 1951, quando foi afastado do cargo. Sua saída provocou aguda crise no interior do partido. Renunciou ao cargo de ministro em setembro e assumiu em seguida seu mandato legislativo.

Em outubro de 1954, durante a presidência de Café Filho, que assumira o governo após o suicídio de Vargas, reelegeu-se deputado federal na mesma legenda. O ano seguinte foi marcado pela campanha para as eleições presidenciais de outubro. Em fevereiro, o Partido Social Democrático (PSD) lançou oficialmente a candidatura de Juscelino Kubitschek à presidência da República. Em abril desse ano foi firmado o acordo entre o PTB e o PSD, cuja aliança se deu após o rompimento de um possível acordo entre o PTB e o PSP que visava à restauração da Frente Populista de 1950. Essa frente teve como principais defensores Danton Coelho e os senadores Aguinaldo Caiado de Castro e Lúcio Bittencourt, que acabaram por se apoiar na chapa PTB-PSD, cujo candidato à vice-presidência era o líder petebista João Goulart. Em junho Danton Coelho tornou-se candidato à vice-presidência da República na chapa de Ademar de Barros. Realizadas as eleições, Juscelino e Goulart saíram vencedores, e Ademar e Danton obtiveram a terceira colocação.

Em 11 de novembro de 1955, o movimento militar liderado pelo general Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra demissionário, depôs o presidente em exercício, Carlos Luz, visando neutralizar uma conspiração em andamento no governo e assegurar a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Danton Coelho compareceu ao gabinete do ministro da Guerra para prestar seu apoio ao movimento.

Ainda em 1955 foi diretor-presidente da Editora Última Hora. Deixou a Câmara dos Deputados em janeiro de 1959.

Casou-se com Ione Coelho. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 19 de abril de 1961.