05. Entre a Medicina e a Política

No dia 10 de novembro de 1937, Juscelino reassumiu as funções de chefe do Serviço de Urologia do Hospital Militar em Belo Horizonte. Segundo declarações posteriores, as divergências que tivera com Benedito Valadares sobre o movimento que instituiu o Estado Novo não haviam sido de caráter pessoal, mas de natureza política. Conservando a chefia política de Diamantina, Juscelino agia assim junto ao interventor para conseguir verbas extras para o município.

Por considerar que havia perdido a destreza nas operações após três anos de afastamento da profissão, durante três meses Juscelino praticou à noite técnicas de cirurgia com cadáveres no anfiteatro anatômico da Faculdade de Medicina. Em fins de 1938, foi promovido a tenente-coronel da Força Pública e, simultaneamente, nomeado chefe do Serviço de Cirurgia do Hospital Militar. A partir dessa época grande prestígio no exercício da medicina e conseguiu reunir considerável patrimônio.

Em fevereiro de 1940, foi convidado por Valadares para assumir o cargo de prefeito de Belo Horizonte. Durante a entrevista, negou-se a aceitar a nomeação, por não desejar, mais uma vez, afastar-se da medicina. Entretanto, no dia 15 de abril de 1940 tomou conhecimento de que Valadares mandara publicar no Minas Gerais, jornal oficial do estado, o decreto de sua nomeação para a prefeitura da capital.