Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB)
Instituição cultural criada pelo Decreto nº 37.608, de 14 de julho de 1955, como órgão do Ministério da Educação e Cultura. Destinava-se ao estudo, ensino e divulgação das ciências sociais, cujos dados e categorias seriam aplicados à análise e à compreensão crítica da realidade brasileira para permitir o incentivo e a promoção do desenvolvimento nacional.
O ISEB foi um dos centros mais importantes de elaboração teórica do projeto "nacional-desenvolvimentista". Criado ainda no governo Café Filho, iniciou suas atividades quando Juscelino Kubitschek assumiu a presidência da República. Os intelectuais do ISEB apoiaram a política de desenvolvimento de Juscelino, por considerá-la muito próxima das idéias que vinham formulando. Apesar disso, não chegaram a participar diretamente na orientação e formulação da metas de desenvolvimento, já que estas ficaram a cargo do Conselho do Desenvolvimento.
Dentro do ISEB, os principais formuladores do projeto de desenvolvimento nacional foram Hélio Jaguaribe, Guerreiro Ramos, Cândido Mendes de Almeida, Álvaro Vieira Pinto e Nelson Werneck Sodré.
Os militares que depuseram o governo João Goulart em março de 1964 decretaram a extinção do ISEB em 13 de abril. Em seguida, foi instaurado um Inquérito Policial-Militar na instituição. Foram arrolados nesse processo os ex-presidentes Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart e os ex-ministros da Educação Clóvis Salgado, Paulo de Tarso e Oliveira Brito, além de vários deputados e todos os professores do Instituto.