União Democrática Nacional (UDN)

  • Campanha presidencial de Eduardo Gomes, candidato da UDN. Porto Alegre, outubro de 1945. Arq. Jornal do Comércio.
  • Afonso Arinos (à esq.) e Jânio Quadros, candidato da UDN à presidência da Repúblicas. S.I., 1960. FGV/CPDOC, Arq. Castilho Cabral.

Partido político de âmbito nacional, fundado a 7 de abril de 1945, reunindo diversas correntes que nos anos anteriores haviam-se colocado em oposição à ditadura do Estado Novo. Caracterizou-se essencialmente pela oposição constante a Getúlio Vargas e ao getulismo. Seu principal adversário nas urnas foi o Partido Social Democrático (PSD), de representação majoritária no Congresso Nacional.

Participaram da fundação da UDN setores oligárquicos desalojados do poder pela Revolução de 1930, representados por figuras como o baiano Otávio Mangabeira, o paulista Júlio Prestes, ou o ex-presidente Artur Bernardes, e por clãs políticos estaduais como os Konder, de Santa Catarina, ou os Caiado, de Goiás. Ingressaram também na UDN outros setores oligárquicos que só romperam com Vargas no decorrer da década de 1930, como José Américo de Almeida, Juarez Távora, Juraci Magalhães, Carlos de Lima Cavalcanti e Flores da Cunha. Havia ainda liberais históricos, como Virgílio de Melo Franco, Raul Pilla, Pedro Aleixo, Odilon Braga, Milton Campos, entre outros. Finalmente, estiveram entre os fundadores do partido personalidades de esquerda, como Silo Meireles, Hermes Lima, Domingos Velasco e João Mangabeira, os três últimos aglutinados na chamada Esquerda Democrática.

Essa frente ampla começou a dissolver-se, contudo, ainda durante o ano de 1945. Em Minas Gerais, o grupo ligado ao antigo Partido Republicano Mineiro (PRM), liderado por Artur Bernardes, optou por organizar o Partido Republicano (PR), enquanto no Rio Grande do Sul foi criado o Partido Libertador (PL), dirigido por Raul Pilla. No ano seguinte, a Esquerda Democrática abandonaria a UDN para organizar o Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Desde sua fundação, a UDN esteve sempre no centro dos principais acontecimentos da vida política do país. Caracterizou-se pela defesa da democracia liberal e pelo combate aguerrido às correntes getulistas, o que significa que fez oposição sistemática aos governos de Getúlio Vargas (1951-1954), Juscelino Kubitschek (1956-1961) e João Goulart (1961-1964). Em 1964, apoiou o movimento político-militar que depôs Goulart.   

Juntamente com as demais agremiações políticas do país, a UDN foi extinta pelo Ato Institucional nº 2 (AI-2), de 27 de outubro de 1965. A grande maioria de seus parlamentares ingressou na Aliança Renovadora Nacional (Arena), então o partido do governo.