Plínio Salgado

  • Plínio Salgado (ao centro, sentado) na sessão solene do encerramento do I Congresso Integralista de Blumenau, entre 7 e 8 de outubro de 1935. FGV/CPDOC, Arq. Oswaldo Aranha.

Plínio Salgado nasceu em São Bento do Sapucaí (SP) no dia 22 de janeiro de 1895, filho de Francisco das Chagas Esteves Salgado e de Ana Francisca Rennó Cortez. Iniciou sua atividade na imprensa em 1916, ainda em sua cidade natal, onde também se dedicou ao magistério. Em 1918, estreou na política participando da fundação do Partido Municipalista. Ainda nesse ano perdeu a mulher, poucos dias após o nascimento de sua primeira filha. Abalado, voltou-se para a religião, dedicando-se à leitura dos pensadores católicos Raimundo Farias Brito e Jackson de Figueiredo.

Dois anos depois, transferiu-se para São Paulo e empregou-se no Correio Paulistano, órgão oficial do Partido Republicano Paulista (PRP). Durante a década de 1920, dedicou-se essencialmente às atividades literárias, adquirindo renome como escritor.

Em 1924, deixou o Correio Paulistano e empregou-se no escritório do advogado e empresário Alfredo Egídio de Sousa Aranha, com quem manteria vínculos duradouros. Publicou em 1926 seu primeiro romance - O estrangeiro - obra conceituada nos meios modernistas. Logo em seguida, em companhia de Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia e Cândido Mota Filho, alinhou-se ao movimento Verde-Amarelo, vertente nacionalista do modernismo. No ano seguinte, novamente com del Picchia e Cassiano Ricardo, lançou o movimento da Anta, no qual exaltava o indígena, particularmente o tupi, como o portador das nossas origens nacionais mais autênticas. Também em 1927, publicou Literatura e política, obra em que expressava idéias nacionalistas de cunho fortemente antiliberal e agrarista, inspiradas em Alberto Torres e Oliveira Viana.

Em 1928, elegeu-se deputado estadual em São Paulo pelo PRP. Em 1930, apoiou a candidatura situacionista de Júlio Prestes à presidência da República, contra o candidato da oposição, Getúlio Vargas. Em seguida, sem terminar seu mandato de deputado, viajou ao Oriente Médio e à Europa como preceptor do filho de Sousa Aranha. Na Itália, impressionou-se com o fascismo e com Mussolini.

Regressou ao Brasil em 4 de outubro de 1930, exatamente um dia após o início da revolução que derrubaria Washington Luís. Escreveu, então, dois artigos no Correio Paulistano em defesa do governo. Com a vitória dos revolucionários, porém, logo passou a apoiar Vargas.

Em junho de 1931, tornou-se redator do jornal A Razão, recém-fundado por Sousa Aranha na capital paulista. Em suas páginas, desenvolveu intensa campanha contrária à constitucionalização do país, a ponto de a sede do jornal ser incendiada pouco antes da Revolução Constitucionalista de 1932. Em fevereiro desse ano, criou a Sociedade de Estudos Políticos (SEP), que reunia intelectuais simpáticos ao fascismo. Meses depois, divulgou o Manifesto de Outubro, no qual apresentava as diretrizes básicas da Ação Integralista Brasileira (AIB).

Em 1937, lançou sua candidatura à eleição presidencial marcada para janeiro do ano seguinte. Percebendo a intenção de Vargas de cancelar a eleição e continuar no poder, resolveu apoiar a opção golpista do presidente, na esperança de fazer do integralismo a base doutrinária do novo regime. Em novembro, retirou sua candidatura a presidente e, dias depois, aplaudiu a decretação do Estado Novo. Para sua surpresa, porém, Vargas decretou o fechamento da AIB, dando a ela o mesmo tratamento dispensado às demais organizações partidárias.

Em 1938, militantes integralistas tentaram, por duas vezes, nos meses de março e maio, promover levantes para depor Vargas. Essas tentativas fracassaram e, em ambas, Plínio Salgado negou ter tido qualquer participação. Em maio de 1939 foi preso e, um mês depois, enviado para um exílio de seis anos em Portugal. Voltou ao Brasil em 1945, com a redemocratização do país. Reformulou, então, a doutrina integralista e fundou o Partido de Representação Popular (PRP).

Em 1955, lançou-se candidato à presidência da República e obteve 714 mil votos (8% do total). Em seguida, apoiou a posse do presidente eleito Juscelino Kubitscheck, contestada pela UDN, e foi nomeado para a direção do Instituto Nacional de Imigração e Colonização.

Em 1958, elegeu-se deputado federal pelo Paraná. Reelegeu-se em 1962, dessa vez por São Paulo. Em 1964, apoiou o golpe militar que destituiu o presidente João Goulart. Com a extinção dos antigos partidos, ingressou na Aliança Renovadora Nacional (Arena). Nessa legenda obteve mais dois mandatos na Câmara, em 1966 e 1970.

Casou-se em segundas núpcias com Cannela Patti. Faleceu em São Paulo no dia 7 de dezembro de 1975.