Ovídio de Abreu

  • Ovídio de Abreu (2° da esq.), Benedito Valadares (3°) e Cristiano Machado (5°, de óculos) no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Entre 1933 e 1945. FGV/CPDOC, Arq. Benedito Valadares.

Ovídio Xavier de Abreu nasceu em Pará de Minas (MG) no dia 28 de setembro de 1898.

Funcionário concursado do Banco do Brasil, no qual ingressou em 1919, iniciou sua vida pública em 1933 como chefe de gabinete de Benedito Valadares, seu amigo de juventude. Ocupou em seguida as secretarias de Finanças (1934-1941) e de Interior e Justiça (1941-1944) do governo mineiro, e em dezembro de 1944 foi nomeado presidente do Departamento Nacional do Café (DNC). Permaneceu à frente do órgão até a deposição do presidente Getúlio Vargas em 1945. Em sua gestão, enfrentou grave crise provocada pela insatisfação dos cafeicultores com a política de fixação de preços estabelecida pelo Acordo de Washington de 1940. Com a posse do general Eurico Gaspar Dutra na presidência da República, voltou à presidência do DNC, mas, em sua nova gestão, cuidou praticamente apenas da liquidação do órgão, afinal extinto em junho de 1946.

Nomeado diretor da Carteira de Redesconto do Banco do Brasil em outubro de 1946, assumiu em julho de 1949 a presidência do banco. Ao longo desse período, chefiou interinamente o gabinete do ministro da Fazenda, Pedro Luís Correia e Castro, e também em caráter interino assumiu o ministério, entre setembro e novembro de 1948.

Durante as articulações para a escolha do candidato do Partido Social Democrático (PSD) às eleições presidenciais de 1950, seu nome chegou a ser cogitado por algumas lideranças pessedistas. O partido, no entanto, acabaria se decidindo pela candidatura de Cristiano Machado.

Em outubro de 1950, elegeu-se deputado federal por Minas Gerais com a maior votação do estado e deixou com isso a presidência do Banco do Brasil. Foi reeleito em 1954, 1958 e 1962, sempre na legenda do PSD. Na sucessão presidencial  de 1960, coordenou o setor financeiro da campanha do marechal Henrique Teixeira Lott, candidato apoiado pelo PSD e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Bacharelou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1961. Nesse ano, declarou-se favorável à instituição do parlamentarismo como forma de possibilitar a posse de João Goulart na presidência da República. A partir de 1962, no entanto, apoiou a antecipação do plebiscito que, em janeiro seguinte, restaurou o presidencialismo.

Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao partido situacionista, a Aliança Renovadora Nacional (Arena), em cuja legenda tornou a reeleger-se deputado federal em novembro de 1966. Em março do ano seguinte, no entanto, deixou a Câmara por ter sido nomeado secretário da Fazenda de Minas Gerais, na gestão do governador Israel Pinheiro. Permaneceu no cargo até 1970.

Foi ainda diretor da Companhia de Cimento Portland Paraíso (1972) e do Serviço de Defesa Civil de Minas Gerais.

Casou-se com Júlia Santos de Abreu, com quem teve quatro filhos. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 13 de dezembro de 1990.