Olegário Maciel

  • Olegário Maciel discursa durante banquete em homenagem à vitória das tropas legalistas na Revolução Constitucionalista. S.I., entre outubro e dezembro de 1932. FGV/CPDOC, Arq. Cristóvão Barcelos.

Olegário Dias Maciel nasceu em Bom Despacho (MG) no dia 6 de outubro de 1855, filho do coronel Antônio Dias Maciel e de Flaviana Maciel. Formou-se engenheiro pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, então capital do Império, em 1878.

Iniciou sua carreira política elegendo-se em 1880 deputado provincial em Minas Gerais pelo Partido Liberal. Cumpriu o mandato até 1883, quando se afastou para ocupar o cargo de engenheiro superintendente da Companhia Belga de Estrada de Ferro de Pitangui a Patos. Com a proclamação da República, elegeu-se deputado à Assembléia Constituinte mineira. Em 1894 elegeu-se deputado federal pelo Partido Republicano Mineiro (PRM) e iniciou uma longa permanência na Câmara dos Deputados, à qual foi reconduzido por mais cinco legislaturas consecutivas e de onde só se afastou em 1910 por razões de saúde. Em 1914, com o início do governo do presidente Venceslau Brás, foi nomeado inspetor-geral do Serviço de Vias Férreas do Ministério da Viação e Obras Públicas. Permaneceu no posto até 1918 e retornou então a Patos, onde se dedicou à administração da fazenda que seu pai deixara.

Em 1922, compôs como vice-presidente a chapa do PRM na eleição para a presidência do estado, encabeçada por Raul Soares de Moura. Eleito, chegou a exercer a presidência de setembro de 1923 a março do ano seguinte por doença de Raul Soares. Com a morte deste em agosto de 1924, voltou a ocupar a presidência do estado até dezembro, quando foi empossado Fernando de Melo Viana. Ingressou no Senado estadual para preencher a vaga deixada pela renúncia de Basílio de Magalhães, e assumiu mais uma vez a presidência interina de Minas entre 20 de fevereiro e 31 de março de 1926, pois Melo Viana se afastara do cargo para eleger-se vice-presidente da República na chapa encabeçada por Washington Luís.

Olegário Maciel foi reeleito em 1927 e em 1930 para o Senado estadual. Em março de 1930, eleito pelo PRM, também conquistou a presidência de Minas. Empossado na chefia do governo mineiro em setembro, deu apoio à Revolução de 1930 e foi o único presidente de estado que se manteve no cargo após a chegada de Getúlio Vargas ao poder.  

Durante sua gestão, travou acirrada disputa com o ex-presidente Artur Bernardes pelo controle da política no estado, apoiando a constituição da Legião de Outubro em Minas, organização que tinha por objetivo a defesa e a propagação dos ideais da Revolução de 30. Fundada em 27 de fevereiro de 1931, a Legião encontrou receptividade entre as diferentes facções perremistas e tornou-se séria ameaça à corrente liderada por Artur Bernardes.

Com o recrudescimento da disputa, em agosto de 1931 os bernardistas tentaram, sem sucesso, a deposição de Maciel. Passado o episódio, as correntes mineiras passaram a negociar um acordo de conciliação. Essa fórmula, batizada de "Acordo Mineiro", foi acertada em fevereiro de 1932 através da formação do Partido Social Nacionalista (PSN), que reuniu durante um curto período os dirigentes das distintas facções políticas mineiras, até dissolver-se em julho de 1932.

Durante da Revolução Constitucionalista de 1932, Maciel deu combate às forças paulistas que tentavam expandir-se para Minas.  Em janeiro de 1933, foi um dos fundadores do Partido Progressista (PP) de Minas Gerais.

Permaneceu solteiro até o falecimento súbito em 5 de setembro de 1933.