Lúcio Meira
Lúcio Martins Meira nasceu em Petrópolis (RJ) no dia 3 de março de 1907, filho de Bernardo Martins Meira e de Isabel de Sousa Meira.
Em 1923 ingressou na Escola Naval no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, de onde saiu guarda-marinha em 1927. Em 1942 diplomou-se em engenharia civil e foi promovido a capitão-de-corveta. Durante a Segunda Guerra Mundial, assumiu o comando da corveta Jaceguai.
Em 1946 foi nomeado interventor federal no estado do Rio de Janeiro e promovido a capitão-de-fragata. A partir de janeiro de 1947, comandou o Quartel dos Marinheiros, de onde saiu em junho do mesmo ano para cursar a Escola de Guerra Naval.
Com a posse de Getúlio Vargas na presidência da República em janeiro de 1951, foi nomeado subchefe do Gabinete Militar. Em agosto foi designado para exercer as funções de representante da Marinha na Comissão de Desenvolvimento Industrial (CDI) da Presidência da República. Em março de 1952 foi promovido a capitão-de-mar-e-guerra.
Após o suicídio de Vargas, Lúcio Meira deixou o Gabinete Militar da Presidência e foi designado para servir no Estado-Maior da Armada. Em 1955 passou a comandar a base naval de Salvador. Durante esse período, mantendo-se fiel a seu projeto de incentivo à indústria automobilística, estreitou os laços de amizade pessoal com Juscelino Kubitschek. Sua indicação para o Ministério da Viação e Obras Públicas, após a vitória de Kubitschek nas eleições de 1955, foi vista como um sinal de que o incentivo à indústria automobilística seria uma das metas do novo presidente.
Em maio de 1956, o Grupo de Estudos da Indústria Automobilística, do qual Lúcio Meira fazia parte, apresentou a Juscelino um relatório sobre a indústria automobilística em que era proposta a criação de um grupo executivo com o objetivo de centralizar estudos e decisões . Além disso, o relatório defendia a idéia de que as empresas do setor deveriam ser privadas e preferencialmente estrangeiras, em detrimento de organizações estatais ou de economia mista. No mês seguinte foi assim criado o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), subordinado ao Conselho do Desenvolvimento e presidido por Lúcio Meira. O GEIA, assim como os demais grupos executivos criados durante o governo Kubitschek, tornou-se um instrumento importante para a execução do Plano de Metas.
O esforço para a implantação da indústria automobilística no país levou Lúcio Meira a fazer várias viagens à Europa, na tentativa de conseguir investimentos. Além de promover os programas de implantação da indústria automobilística, de construção e pavimentação de rodovias e de reequipamento ferroviário, o ministro buscou incentivar a indústria de construção naval no país. Da mesma forma que a indústria automobilística, a construção naval recebeu vários incentivos governamentais. Para dinamizar o crescimento do setor foi criado, em junho de 1958, o Grupo Executivo da Indústria de Construção Naval (Geicon), igualmente presidido por Lúcio Meira.
Em julho de 1959, Lúcio Meira deixou o Ministério da Viação e assumiu a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) em substituição a Roberto Campos. Durante sua gestão, encerrada no início do governo Jânio Quadros, o BNDE deu ênfase especial ao desenvolvimento da siderurgia e à produção de energia elétrica, assim como à indústria de bens de capital.
Ainda em 1961, Lúcio Meira assumiu a presidência da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Eleito presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia em maio de 1963, no ano seguinte deixou a presidência da CSN. Afastado da vida pública, foi diretor de diversas empresas.
Casou-se com Helena Celso Meira, com quem teve uma filha. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 24 de dezembro de 1991.