José Maria Alkmin

  • José Maria Alkmin é condecorado por Juscelino Kubitsheck durante festividades da Semana da Asa. Rio de Janeiro, 23 de outubro de 1957. Arquivo Público do Estado de São Paulo/Última Hora.

José Maria Alkmin nasceu em Bocaiúva (MG) no dia 11 de junho de 1901, filho de Herculano Augusto de Alkmin e de Sérgia Caldeira de Alkmin.

Bacharel em direito, iniciou a carreira política em 1933, como candidato do Partido Progressista Mineiro (PPM) às eleições para Assembléia Nacional Constituinte, para a qual foi eleito com pequena votação. Reeleito em 1934, renunciou ao mandato em 1935 assumir o cargo de ministro do Tribunal de Contas de Minas Gerais, do qual foi presidente. Em 1936, assumiu a Secretaria do Interior e Justiça do estado.

Um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD) em 1945, elegeu-se deputado constituinte por Minas Gerais no pleito de dezembro desse ano. Foi reeleito para a legislatura seguinte mas não assumiu sua cadeira, pois no início de 1951 tornou-se secretário de Finanças do governo de Juscelino Kubitschek em Minas. Permaneceu no cargo até ser nomeado diretor da Carteira de Redesconto do Banco do Brasil e tornar-se membro do conselho da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc).

Em 1954, foi reeleito deputado federal pelo PSD e destacou-se como um dos principais articuladores da candidatura de Juscelino à presidência da República. Com a vitória de Juscelino e sua posse em 1956, foi nomeado ministro da Fazenda. Ao assumir a pasta, herdou a difícil situação econômico-financeira dos governos anteriores. Entretanto, em vez de formular uma política de estabilização financeira, propôs-se a impedir que os desequilíbrios comprometessem o êxito do programa desenvolvimentista de Kubitschek.

Opôs-se à reforma cambial e ao abandono da política de defesa do café, entrando em divergência com Lucas Lopes, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), e Roberto Campos, diretor-superintendente da mesma entidade. Em março de 1956 Kubitschek rejeitou a reforma cambial, contando para tanto com o apoio decisivo de Alkmin. Assim, a política cambial continuou sem grandes modificações institucionais e tornou-se um dos instrumentos básicos da nova política de desenvolvimento industrial.

A política monetária de Alkmin procurou simultaneamente assegurar o crédito necessário à expansão dos investimentos públicos e atenuar as conseqüências mais perturbadoras da inflação. Em 1957, com a crise nos preços do café, decidiu reter parte da receita oriunda da exportação do produto com vistas à compra dos volumosos excedentes previstos para o ano, gerando grande descontentamento nos cafeicultores. Meses depois, tornou-se alvo de oposição dos deputados Aliomar Baleeiro e Carlos Lacerda, empenhados em denunciar irregularidades administrativas que teriam sido praticadas sob sua responsabilidade.

Ainda em 1957, em reunião anual da Junta de Governadores do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), Alkmin negociou empréstimos com o FMI e bancos privados norte-americanos. Propôs também o reatamento das relações comerciais com a União Soviética, mas encontrou forte oposição do general Henrique Teixeira Lott, que enviou memorial ao presidente Kubitschek responsabilizando-o pelo agravamento da crise financeira nacional.

Em 1958 obteve novos financiamentos internacionais. Entretanto, o aumento da inflação no primeiro semestre do ano suscitou inúmeras críticas que precipitaram sua saída do Ministério da Fazenda. Demitiu-se e reassumiu então sua cadeira na Câmara dos Deputados, para a qual foi reeleito ainda no mesmo ano.

Durante o governo Jânio Quadros, foi um dos principais críticos da política econômico-financeira governamental. Em 1962, reelegeu-se deputado federal por Minas Gerais, ainda pelo PSD. Em 1963, juntamente com os líderes de maior influência do PSD, retirou o apoio ao presidente João Goulart, unindo-se à União Democrática Nacional (UDN) na luta contra as reformas de base. Com a deposição de Goulart, em abril de 1964 foi eleito pelo Congresso Nacional vice-presidente do general Castelo Branco.

Com a instauração do bipartidarismo em 1965, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena) e nessa legenda foi reeleito deputado federal em 1966. Posteriormente, chefiou a Secretaria de Educação de Minas Gerais. Em 1970 não conseguiu se reeleger, obtendo apenas uma suplência. Assumiu uma cadeira na Câmara após o falecimento de Edgar Pereira em 1973.
Casado e pai de quatro filhos, Alkmin faleceu em Belo Horizonte no dia 22 de abril de 1974.