Jânio Quadros

  • Jânio Quadros (2° da esq.) e Juscelino Kubitsheck entre outros em visita a Taubaté. São Paulo, 8 de outubro de 1956. Arquivo Público do Estado de São Paulo/Última Hora.

Jânio da Silva Quadros nasceu em Campo Grande, no então estado de Mato Grosso e atual capital do Mato Grosso do Sul, no dia 25 de janeiro de 1917, filho de Gabriel Quadros e de Leonor da Silva Quadros.

Formado pela Faculdade de Direito de São Paulo, trabalhou como advogado e professor. Iniciou sua carreira política nas eleições de 1947, concorrendo sem êxito a uma cadeira de vereador em São Paulo na legenda do Partido Democrata Cristão (PDC). Assumiu no entanto uma cadeira na Câmara Municipal, com a cassação dos parlamentares do Partido Comunista Brasileiro (PCB), cujo registro fora suspenso.

Em outubro de 1950, foi eleito deputado estadual e três anos depois conquistou a prefeitura de São Paulo, pela coligação formada pelo PDC com o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Em 1954 desincompatibilizou-se do cargo para candidatar-se a governador do estado de São Paulo. Vencendo as eleições, foi empossado governador em 31 de janeiro de 1955.

Durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek, Jânio permaneceu alinhado à oposição udenista em relação ao Executivo federal. No pleito de 1960, venceu as eleições presidenciais, sendo empossado em janeiro do ano seguinte. Renunciou no entanto ao mandato em agosto do mesmo ano, embarcando em seguida para a Europa.

Retornou ao Brasil a tempo de disputar o governo paulista em outubro de 1962, sendo lançado candidato pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN) e pelo Movimento Trabalhista Renovador (MTR). Entretanto, não conseguiu unir novamente as forças que o haviam apoiado na eleição anterior, sofrendo sua primeira derrota eleitoral e ficando em posição relativamente marginal à vida política nacional até a eclosão do movimento político-militar que derrubou o governo João Goulart em 31 de março de 1964.

Jânio teve seus direitos políticos cassados em 10 de abril de 1964 por decisão do Comando Supremo da Revolução, passando, então, a dedicar-se à atividade privada.

Com a política de distensão implantada pelo presidente Ernesto Geisel a partir de 1974, voltou a aparecer com alguma freqüência no noticiário político. Ao longo de 1977 e 1978, defendeu a convocação de uma assembléia nacional constituinte que promovesse a institucionalização do movimento de 1964 e implantasse uma "democracia forte".

Ingressou oficialmente no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em 15 de novembro de 1980, sendo lançado candidato ao governo paulista na convenção realizada pela agremiação em abril de 1981. Com a divulgação da informação de que o governo proibiria coligações partidárias nas eleições de 1982, publicou um manifesto em 26 de junho de 1981, comunicando seu afastamento do PTB e defendendo a fusão de todos os partidos de oposição.

Depois de recusar convites do Partido Democrático Trabalhista (PDT) liderado por Leonel Brizola e do Partido Democrático Republicano (PDR), que não chegou a obter registro definitivo na Justiça Eleitoral, Jânio se filiou novamente ao PTB em 3 de novembro e, no fim desse mês, anunciou que concorreria à Câmara dos Deputados e não ao governo paulista. Entretanto, voltou atrás dessa decisão e aceitou reassumir sua candidatura nos moldes anteriores. No pleito de novembro de 1982, concorreu ao governo de São Paulo na legenda do PTB, sofrendo aí a segunda derrota eleitoral em toda sua carreira política.

Em 1985 retornou ao centro da política lançando-se candidato à prefeitura de São Paulo pelo PTB, no pleito de 15 de novembro desse ano. Eleito, foi empossado em janeiro de 1986. Concluiu seu mandato na prefeitura em dezembro de 1988. Em maio de 1989, filiou-se ao Partido Social Democrata (PSD).

Jânio Quadros casou-se com Eloá do Vale, com quem teve dois filhos. Faleceu em São Paulo no dia 16 de fevereiro de 1992.