Gabriel Passos

  • Gabriel Passos. S.T., s.d. FGV/CPDOC, Arq. Gabriel Passos.

Gabriel de Resende Passos nasceu em Itapecerica (MG) no dia 17 de março de 1901, filho de Inácio Ferreira de Resende Passos e de Laudelina de Resende Passos. Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito de Belo Horizonte em 1924 e iniciou-se na advocacia em Oliveira (MG), onde também foi professor da Escola Normal. Retornando a Belo Horizonte em 1928, tornou-se redator forense do jornal O Estado de Minas e regeu interinamente a cadeira de filosofia no Ginásio Mineiro. Em setembro de 1930, foi nomeado chefe de gabinete do secretário do Interior e Justiça de Minas, Cristiano Machado.

Depois de participar da Revolução de 1930, assumiu em novembro deste ano a secretaria de gabinete do governador de Minas, Olegário Maciel. Em maio de 1933 elegeu-se deputado à Assembléia Nacional Constituinte (ANC) na legenda do Partido Progressista (PP) de Minas Gerais e, em outubro de 1934, voltou a eleger-se deputado federal. Renunciou ao mandato em abril de 1935 para assumir a Secretaria do Interior e Justiça de Minas no governo de Benedito Valadares.  Em janeiro de 1936 exonerou-se deste cargo, voltado a advogar na capital mineira.

Em maio de 1936, foi nomeado procurador-geral interino da República, tendo sido o mais jovem ocupante desse cargo até então. Em inícios de 1945 renunciou à procuradoria geral para engajar-se na campanha do brigadeiro Eduardo Gomes, candidato da União Democrática Nacional (UDN) à presidência da República. Findo o Estado Novo, no pleito de dezembro de 1945 elegeu-se deputado por Minas Gerais à Assembléia Nacional Constituinte na legenda da UDN. Na Câmara, foi líder da bancada de seu partido.

No pleito de 1950, candidatou-se ao governo mineiro na chapa da UDN, mas foi derrotado por Juscelino Kubitschek, do Partido Social Democrático (PSD).  No pleito de outubro de 1954 voltou a eleger-se à Câmara dos Deputados. Durante a legislatura, participou da fundação da Frente Parlamentar Nacionalista (FPN) e em 1957 fundou a seção mineira do Movimento Nacionalista Brasileiro (MNB).

Reeleito deputado federal em outubro de 1958, no ano seguinte fundou-se, por sua iniciativa, a Liga Nacionalista Brasileira (LNB), que, perseguindo os mesmos objetivos do MNB, visava ampliar o raio de ação deste último.

Durante o ano de 1959 Gabriel Passos teve destacada atuação ao fazer instalar, com o apoio da FPN, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da qual foi o relator e que tinha por objetivo apurar a extensão dos compromissos brasileiros firmados através do Acordo de Roboré. O acordo, assinado em La Paz no dia 28 de março de 1958 pelo chanceler brasileiro José Carlos de Macedo Soares e seu colega boliviano Manuel Barrau Peláez, era criticado pelas correntes nacionalistas por supostamente violar o princípio do monopólio estatal do petróleo. Na qualidade de relator da CPI, Gabriel Passos sustentava a ilegalidade do acordo. Em conseqüência da crise política gerada pela repercussão dos debates em torno do acordo, em julho de 1959 Roberto Campos, principal defensor da negociação, foi demitido da presidência do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDE).

Durante vigência do gabinete parlamentarista presidido por Tancredo Neves, a pasta das Minas e Energia foi entregue a Gabriel Passos, que tomou posse em 8 de setembro de 1961.

Gabriel Passos casou-se com Amélia Gomes de Resende Passos, com quem teve dois filhos. Faleceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1962, sem ter-se afastado da pasta das Minas e Energia.