Francisco de Assis Correia de Melo
Francisco de Assis Correia de Melo nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 26 de dezembro de 1903, filho de Francisco Correia de Melo e de Clara Guimarães de Melo. Em 1923, ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Tornou-se oficial-aviador em 1927 e em abril de 1932 ingressou no Clube 3 de Outubro, organização que congregava as correntes tenentistas partidárias da manutenção e do aprofundamento das reformas instituídas pela Revolução de 1930.
Participou, ao lado das forças legalistas, da repressão à Revolução Constitucionalista de 1932. Em janeiro de 1941, ingressou na Aeronáutica quando da criação desse ministério. Durante a Segunda Guerra Mundial participou de operações de patrulhamento do Atlântico Sul.
Em fevereiro de 1951, pouco depois da posse de Getúlio Vargas na presidência da República, assumiu o comando da III Zona Aérea (III ZA), sediada no Rio. De 1952 a 1955 foi adido aeronáutico em Washington. Promovido a major-brigadeiro graduado em fevereiro de 1955, retornou ao Brasil em meados daquele ano. Em novembro, foi designado mais uma vez para o comando da III ZA.
Durante a Revolta de Jacareacanga (PA), foi incumbido pelo presidente Juscelino Kubitschek de ir a Fortaleza a fim de reunir forças e seguir para o reduto rebelde. Chegando à capital cearense, limitou-se a prender grande número de oficiais que se negavam a obedecer às ordens do governo.
Promovido a major-brigadeiro em março de 1957, foi nomeado ministro da Aeronáutica em 30 de julho seguinte, sucedendo ao brigadeiro Henrique Fleiuss.
Em maio de 1958, os dois chefes rebeldes de Jacareacanga, que haviam sido anistiados logo após o movimento, tenente-coronel Veloso e capitão Lameirão, em cartas escritas a seus comandantes em São Paulo, criticaram a alta oficialidade da Aeronáutica, acusando-a de mandar espionar as atividades de ambos. Correia de Melo exonerou-o do serviço e o comandante da IV ZA o prendeu por 30 dias.
Em novembro de 1958, Correia de Melo fez uma curta viagem ao exterior, sendo substituído interinamente pelo general Henrique Teixiera Lott, ministro da Guerra. A presença de Lott na pasta da Aeronáutica deu aos brigadeiros descontentes uma excelente oportunidade de se manifestarem. A maioria deles recusou-se a comparecer à cerimônia de sua posse, dando origem a uma onda de agitações que só terminariam com o retorno de Correia de Melo.
Em dezembro de 1959, ainda na gestão de Correia de Melo, eclodiu a Revolta de Aragarças (GO), rapidamente sufocada. Promovido a tenente-brigadeiro em agosto de 1960, Correia de Melo permaneceu à frente do ministério até o término do governo de Juscelino Kubitschek, em 31 de janeiro de 1961.
Fora do ministério, foi inspetor-geral da Aeronáutica durante a curta permanência de Jânio Quadros na presidência da República e no período parlamentarista do governo de João Goulart. Em 1963 foi nomeado chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (Emaer), no momento em que o país retornava ao regime presidencialista.
Vitorioso o movimento político-militar de 31 de março de 1964 que depôs o presidente João Goulart, Correia de Melo fez parte do Comando Supremo da Revolução. Em 4 de abril, foi nomeado ministro da Aeronáutica. No dia 9, foi um dos signatários do Ato Institucional nº 1 (AI-1). No dia 20 deixou o ministério e desligou-se da chefia do Emaer.
Presidente da Comissão Militar Mista Brasil-Estados Unidos em 1965, foi nomeado, por decreto de novembro do mesmo ano, ministro do Superior Tribunal Militar (STM) pelo presidente Castelo Branco.
Casou-se com Helena Garcia de Melo. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 21 de janeiro de 1971.