Augusto Frederico Schmidt

Augusto Frederico Schmidt nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 18 de abril de 1906, filho de Gustavo Schmidt e de Anita de Azevedo Schmidt.

Durante algum tempo dirigiu a biblioteca do Centro Dom Vital, associação civil para estudo, discussão e apostolado, subordinada à Igreja Católica. De 1924 a 1928 permaneceu em São Paulo, ligado às figuras mais expressivas do movimento modernista.

Por volta de 1930, adquiriu e passou a dirigir a Livraria Católica, no Rio de Janeiro, onde se reunia um grupo de intelectuais católicos liderados por Alceu de Amoroso Lima, Heráclito Sobral Pinto e Hamilton Nogueira. Em 1931, funcionando inicialmente nos fundos da Livraria Católica que dirigia, Schmidt fundou uma editora - a Schmidt Editora. Entre os autores que publicou figuraram nomes como Jorge Amado, Raquel de Queirós, Graciliano Ramos e Gilberto Freire, entre outros.

Sua atividade empresarial foi intensa e diversa. Fundou várias empresas, que dirigia paralelamente à sua atividade jornalística e escrevia sobre problemas políticos e econômicos do Brasil na imprensa diária do Rio de Janeiro.

Aproximou-se de Juscelino Kubitschek por intermédio de Paulo Bittencourt, proprietário e diretor do Correio da Manhã, e empenhou-se em obter recursos junto ao empresariado para financiar sua campanha para a presidência da República em 1955. Procurou também neutralizar as resistências ao candidato surgidas na área internacional, sobretudo após a inclusão de João Goulart como vice na chapa presidencial, e contornar as dificuldades derivadas do apoio dos comunistas à candidatura de Juscelino.

Durante o governo Kubitschek foi um dos mais prestigiados assessores presidenciais. Coube-lhe o comando ostensivo da Operação Pan-Americana (OPA). Como assessor defendeu na imprensa e no cenário diplomático a tese do desenvolvimento econômico. Embora fosse considerado o verdadeiro idealizador da OPA e gozasse de inequívoco prestígio junto ao presidente da República, não conseguiu ser nomeado ministro de Estado. Foi, portanto, o que se poderia chamar de "homem dos bastidores".

Após o término do qüinqüênio Kubitschek, Schmidt filiou-se ao Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES). A partir de agosto de 1962 teve intensa participação no Grupo de Publicações Editorial, que reuniu vários profissionais da mídia, do mundo literário, de agências de publicidade e um grupo de militares encabeçado pelo general Golbery do Couto e Silva, para desestabilizar o governo João Goulart.

Amigo pessoal do general Humberto Castelo Branco, primeiro presidente após a Revolução de 1964, Schmidt, no entanto, não foi convidado para nenhum cargo, fato que lhe causou profundo desagrado.

Morreu no Rio de Janeiro no dia 8 de fevereiro de 1965. Em sua memória, foi fundada no Rio de Janeiro a Sociedade dos Amigos de Augusto Frederico Schmidt.