Artur da Costa e Silva

  • Artur da Costa e Silva. S.I., 1966. FGV/CPDOC, Arq. Costa e Silva.

Artur da Costa e Silva nasceu em Taquari (RS) no dia 3 de outubro de 1899, filho de Aleixo Rocha da Silva e de Almerinda Mesquita da Costa e Silva.

Cursou a Escola Militar do Realengo no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e saiu aspirante-a-oficial da arma de infantaria em janeiro de 1921. Por ocasião das revoltas tenentistas de 1922 e 1924, já como primeiro-tenente, foi detido por ter-se recusado a participar da repressão aos revoltosos.

Na Revolução de 30, participou da ocupação do Palácio Guanabara, onde se encontravam o presidente Washington Luís e alguns de seus ministros. Promovido a capitão em agosto de 1931, participou da repressão à Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo. Em 1938, depois de promovido a major, concluiu o curso da Escola de Estado-Maior do Exército (ECEME) e foi lotado no gabinete do chefe do Estado-Maior do Exército (EME), general Pedro Aurélio de Góis Monteiro. Em 1940 tornou-se instrutor-adjunto de tática geral na ECEME, e no ano seguinte assumiu a direção da Escola de Motomecanização. Após a declaração de guerra do Brasil aos países do Eixo em 1942, foi designado para organizar a unidade blindada que iria combater na Europa. Para atualizar-se, viajou aos Estados Unidos, onde estagiou de janeiro a junho de 1944. Em dezembro foi promovido a coronel.

No início do governo Eurico Dutra, em 1946, foi nomeado comandante do 9º Regimento de Infantaria (9º RI), em Pelotas (RS). Em 1948, foi designado chefe do estado-maior da 3ª Região Militar (3ª RM), em Porto Alegre. Aí permaneceu até o ano seguinte e, de janeiro de 1950 a maio de 1952, foi adido militar na embaixada do Brasil na Argentina. Foi promovido a general-de-brigada em agosto de 1952 e no mês seguinte assumiu o comando do Núcleo da Divisão Blindada, no Rio. Em abril de 1954, foi designado comandante da 2ª Brigada de Infantaria em Caçapava (SP). Encontrava-se ainda no comando dessa unidade quando manifestou apoio ao Movimento do 11 de Novembro de 1955, que garantiu a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek e de seu vice João Goulart. Foram suas tropas que desmontaram em Cumbica (SP) uma tentativa de resistência de um contingente da Força Aérea Brasileira (FAB), sob o comando do brigadeiro Antônio Guedes Muniz, solidário com o governo de Carlos Luz, deposto pelo ministro da Guerra Henrique Teixeira Lott.

Ainda em novembro de 1955, assumiu interinamente o comando da 2ª Divisão de Infantaria (2ª DI), por dois meses. Foi então nomeado diretor de Motomecanização do Exército, cargo que ocupou até 1957. Designado comandante da 3ª RM em março desse ano, foi promovido a general-de-divisão em abril de 1958 e, em fevereiro do ano seguinte, reassumiu o comando da 2ª DI, que exerceu até julho de 1961. Um mês depois foi nomeado comandante do IV Exército, em Recife, e em novembro foi promovido a general-de-exército. Em 1962, assumiu a chefia do Departamento Geral de Pessoal do Exército, e depois a chefia do Departamento de Produção e Obras.

Em 31 de março de 1964, foi um dos líderes do golpe militar que destituiu o presidente João Goulart. Juntamente com o almirante Augusto Rademaker e o brigadeiro Francisco Correia de Melo, passou então a integrar o Comando Supremo da Revolução. No dia 4 de abril, foi empossado oficialmente no Ministério da Guerra, cargo que manteve durante o governo Castelo Branco. Como ministro, teve papel decisivo na cassação dos direitos políticos de Juscelino Kubitschek em junho de 1964. Deixou o ministério em junho de 1966 e, em outubro seguinte, já com a patente de marechal, foi eleito presidente da República pelo Congresso Nacional. Sua gestão foi marcada pelo crescimento das manifestações oposicionistas e pela intensificação das medidas repressivas por parte do governo.  

Vitimado por uma trombose, Costa e Silva afastou-se da presidência em agosto de 1969. Foi substituído temporariamente por uma junta militar e em seguida, em caráter efetivo, pelo general Emílio Garrastazu Médici.

Casou-se com Iolanda da Costa e Silva, com quem teve um filho, e faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de dezembro de 1969.