Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)

  • Getúlio Vargas e Alberto Pasqualini, entre outros, durante reunião do PTB. Rio Grande do Sul, 1950. FGV/CPDOC, Arq. Getúlio Vargas.
  • Reunião dos líderes do PTB: a partir da esq., Chagas Rodrigues (PI), Roberto Silveira (RJ), João Goulart, Parsifal Barroso (CE) e Leonel Brizola (RS). São Borja (RS), 1959. Revista Manchete. Foto Gervásio Batista.

Partido político de âmbito nacional criado em março de 1945, dentro do movimento de organização de partidos nacionais. As forças que haviam apoiado o governo de Getúlio Vargas no Estado Novo dividiram-se então  entre o PTB e o Partido Social Democrático (PSD). O PTB foi concebido como um grande partido de massas que teria como base o proletariado urbano beneficiado pela legislação trabalhista implantada por Vargas.

Na primeira convenção nacional do PTB, realizada em setembro de 1945, Paulo Baeta Neves foi escolhido presidente da comissão executiva do partido, enquanto Getúlio Vargas era eleito presidente de honra. Na mesma ocasião foi aprovado o programa da agremiação, que defendia, entre outros pontos, a manutenção e a ampliação da legislação trabalhista consolidada durante o Estado Novo.

Nas eleições de dezembro de 1945, o partido definiu-se pelo apoio à candidatura presidencial do general Eurico Dutra, candidato do PSD. Nessa eleição, o PTB conquistou a terceira maior bancada do Congresso Nacional. Nos anos seguintes, o partido conseguiria ampliar continuadamente sua bancada no parlamento, além de conquistar alguns governos estaduais. Na maior parte das vezes, o aliado preferencial do PTB foi o PSD. Nas eleições presidenciais de 1950, o partido elegeu seu candidato: Getúlio Vargas. Com o suicídio de Vargas em agosto de 1954 e sua substituição por João Café Filho, o PTB passou para a oposição.

Em 1955, o PTB formalizou nova aliança com o PSD, dando à candidatura presidencial de Juscelino Kubitschek e indicando, como candidato a vice, João Goulart. Com a vitória de Kubitschek e Goulart, foram entregues ao PTB a pasta da Agricultura e o Ministério do Trabalho. Juscelino, entretanto, não estava conformado em depender do PTB para tratar das questões trabalhistas. Desde o início de seu governo, buscou construir sua própria alternativa para os sindicatos, ao tentar uma aliança direta com eles, e procurou indicar para o Ministério do Trabalho nomes menos comprometidos com a linha mais autêntica do PTB. Apesar disso, o PTB exerceu papel fundamental na implementação da política sindical do governo, garantindo a cooperação entre patrões e empregados a partir de um complicado sistema de alianças com as outras correntes sindicais, especialmente aquelas ligadas ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Na esfera do Ministério da Agricultura, a atuação do PTB foi menos significativa e ainda mais cerceada por Juscelino. Também em termos de política interna do PTB, o presidente procurou reduzir a influência de João Goulart, prestigiando outras lideranças regionais. No âmbito do Congresso também surgiram conflitos, pois a atuação conservadora do PSD muitas vezes entravava a aprovação de projetos de interesse do PTB.

A despeito dessas divergências e contradições, a aliança PSD-PTB teve grande utilidade para ambos os partidos e garantiu a sustentação do governo Kubitschek. A manutenção da aliança também contribuiu para a ampliação da área de influência do PTB, visto que a política desenvolvimentista executada por Juscelino promoveu um crescimento do parque industrial do país e conseqüentemente do contingente de trabalhadores urbanos, principal base de sustentação do partido.

Outro aspecto que contribuiu para a expansão do PTB foi o aprofundamento de sua orientação nacionalista durante os primeiros anos do governo de Juscelino. O partido participou ativamente da fundação da Frente Parlamentar Nacionalista (FPN).

Nas eleições presidenciais de 1960, o PTB apoiou a candidatura do general Henrique Teixeira Lott e mais uma vez indicou João Goulart para vice. Apesar da vitória de Goulart, Lott não foi bem-sucedido, sendo derrotado por Jânio Quadros. No governo de Jânio, o PTB passou para a oposição. Com a renúncia do presidente em agosto de 1961, João Goulart assumiu o governo. Jango, no entanto, também não chegaria a completar o mandato. Foi derrubado por um golpe militar em março de 1964.  

Em 27 de outubro de 1965, o PTB, juntamente com as outras agremiações políticas do país, foi extinto por força do Ato Institucional nº 2 (AI-2). Sob a liderança da ex-deputada Ivete Vargas, um novo PTB seria criado em maio de 1980.