José Carlos de Macedo Soares

Apesar do pequeno volume de documentos, o arquivo possui informações sobre quase todas as funções exercidas pelo titular durante sua trajetória pública. Dessa forma, existem registros sobre sua atuação na Revolução de 1924, em São Paulo, incluindo sua prisão durante dois meses e seu exílio na Europa, bem como sobre a política brasileira nas décadas de 1920, 1930, 1940 e 1950. Há também documentos que informam sobre sua atuação nas áreas empresarial e acadêmica. Parte considerável da documentação textual integra o grupo documental "Vida Familiar" e diz respeito à correspondência de Macedo Soares com familiares; trabalhos produzidos pelo titular; poesias de seu pai; documentos sobre suas propriedades etc. No período em que foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB, merece destaque a documentação relativa às comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo. A documentação relativa ao período em que esteve à frente da interventoria de São Paulo (1945-1947) é constituída das atas de reuniões realizadas pelo interventor com seu secretariado e de recortes de jornais, organizados pelo Departamento Estadual de Informação - DEI, cobrindo sua posse como interventor; visitas às cidades de Tatuí e Sorocaba; inauguração de obras públicas e temas de seu interesse.

Na documentação referente ao período em que Macedo Soares esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores do governo Juscelino Kubitschek, merece destaque uma carta sua dirigida ao presidente sobre modificações no quadro diplomático brasileiro, em decorrência da crise no Oriente Médio, e um depoimento prestado à Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados sobre os atos do governo brasileiro que antecederam o Acordo de Roboré, assinado com a Bolívia. Apesar de o depoimento ter sido prestado em período posterior à sua gestão no MRE, o documento diz respeito à sua atuação, como ministro, no referido acordo. Consta do arquivo cópia dos atos assinados com a Bolívia em março de 1958.

Dos 14 grupos documentais do arquivo, oito possuem documentos iconográficos. Assim, encontra-se documentada a passagem do titular pela Academia Brasileira de Letras (incluindo seis retratos com o fardão da Academia); pela Associação Comercial de São Paulo (álbum sobre a missão britânica, em 1924); pelo IHGB (fotos de cerimônias, provavelmente do período em que presidiu a Instituição); pela interventoria de São Paulo (fotos oficiais, inclusive discursando); pelo MRE, durante o primeiro governo Vargas; por várias missões diplomáticas, além de numerosos registros fotográficos sobre sua vida familiar.

O arquivo possui um álbum com 64 fotos de uma homenagem das Oficinas Dedini ao "Chanceler das Américas", em 1957; fotos de uma viagem ao Chile, para a inauguração da Avenida Estado de São Paulo; da inauguração da "Exposição de Arte Moderna no Brasil", em Lima (1957), entre outras.