Pedro Aurélio de Góis Monteiro

  • Góis Monteiro toma posse no Ministério da Guerra. Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 1934. FGV/CPDOC, Arq. Antunes Maciel.

Pedro Aurélio de Góis Monteiro nasceu em São Luís do Quitunde (AL) no dia 12 de dezembro de 1889, filho de Pedro Aureliano Monteiro dos Santos e de Constança Cavalcanti de Góis Monteiro.

Cursou a Escola de Guerra de Porto Alegre, após realizar estudos preparatórios no Rio de Janeiro. Em julho de 1922, cursava a Escola de Estado-Maior do Exército, no Rio, quando eclodiu o levante tenentista do Forte de Copacabana. Na ocasião, ficou do lado da legalidade. No ano seguinte, assessorou o governo gaúcho no combate aos rebeldes federalistas que se haviam insurgido no estado. Participou também da repressão ao levante tenentista deflagrado em 1924 em São Paulo, e à Coluna Prestes, que combateu o governo de Artur Bernardes sob a liderança de Luís Carlos Prestes.

Em 1930, assumiu o comando militar do movimento revolucionário articulado para depor o presidente Washington Luís. Dirigia, então, o 3º Regimento de Cavalaria Independente, em São Luís das Missões (RS).     Com a vitória do movimento, passou a desfrutar de grande prestígio junto ao novo governo chefiado por Getúlio Vargas. Foi ainda incentivador da Legião Revolucionária e primeiro presidente do Clube 3 de Outubro, organizações que visavam a conferir maior coesão à atuação política dos revolucionários, principalmente os tenentes, seus antigos adversários da década anterior.

Em 1931, chegou ao generalato e foi designado comandante da 2ª Região Militar (RM), com sede em São Paulo. Em maio de 1932, foi afastado do comando da 2ª RM por pressão da Frente Única Paulista (FUP), que aglutinava os setores da política paulista que faziam oposição à intervenção federal no estado. Entre os meses de julho e outubro seguintes, ocupou posição de destaque na repressão à Revolução Constitucionalista.

Ainda em 1932, participou da comissão que elaborou o anteprojeto constitucional que serviu de base aos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte eleita em 1933. Nomeado ministro da Guerra por Vargas em 1934, em maio do ano seguinte deixou o ministério. Ainda em 1935, participou com destaque da repressão à Revolta Comunista promovida por setores da Aliança Nacional Libertadora (ANL). A seguir, mesmo sem ocupar qualquer cargo formal no governo, passou a ser um dos elementos centrais no processo de fechamento do regime, que teve seu desfecho no golpe que instaurou a ditadura do Estado Novo, em novembro de 1937. Em janeiro desse ano, havia assumido a presidência do Clube Militar, e em julho, o comando do Estado-Maior do Exército (EME).

Em 1939, foi enviado aos EUA em missão militar que objetivava promover uma maior integração entre os dois países no momento em que se iniciava a Segunda Guerra Mundial. Essa aproximação, realizada de maneira lenta mas sistemática, resultou na declaração de guerra do Brasil às potências do Eixo, em 1942, e no envio de tropas brasileiras à Itália, em julho de 1944. Em dezembro de 1943, Góis Monteiro afastou-se da chefia do EME.

Em agosto de 1945, reassumiu o Ministério da Guerra e, nos meses seguintes, articulou o golpe que afastou Vargas do poder em outubro daquele ano. Manteve-se à frente do ministério até setembro de 1946, já no governo do general Dutra.

Em 1947, elegeu-se senador por Alagoas, na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Em 1950, recusou convite de Vargas para candidatar-se a vice-presidente em sua chapa na eleição presidencial daquele ano.     Com a posse de Vargas, foi indicado chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA). Permaneceu no cargo até dezembro de 1952 e em seguida foi nomeado ministro do Superior Tribunal Militar (STM).

Casou-se com Conceição Saint Pastous e faleceu no Rio de Janeiro no dia 26 de outubro de 1956.