Oscar Niemeyer

  • Juscelino Kubitsheck e Oscar Niemeyer. S.I., s.d. Arquivo Público do Distrito Federal.

Oscar Niemeyer Soares Filho nasceu no dia 15 de dezembro de 1907. Formou-se arquiteto pela Escola Nacional de Belas Artes em 1934 e iniciou sua carreira no escritório de Lúcio Costa. Sua obra, juntamente com a de Lúcio Costa, representa a mais alta expressão da moderna arquitetura brasileira. Niemeyer recebeu influências do arquiteto suíço Le Corbusier, mas a originalidade de seus projetos reside na integração da arquitetura moderna com elementos da arte colonial brasileira, incluindo o uso decorativo de azulejos.

De 1937 a 1943 integrou a equipe que projetou o prédio do Ministério da Educação, no Rio de Janeiro. Seu projeto para a Obra do Berço (1937), também no Rio, inaugurou a utilização do sistema de brise-soleil móvel vertical. Nos anos de 1938 e 1939, novamente em parceria com Lúcio Costa, projetou o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova Iorque. No inicio da década de 1940, a convite do prefeito Juscelino Kubitschek, projetou o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, outro monumento público da arquitetura moderna. Em 1947 participou da equipe encarregada de projetar a sede das Nações Unidas em Nova Iorque, tendo o seu trabalho servido de base para o projeto definitivo. Projetou a fábrica Duchen (1950-1951) e o conjunto de pavilhões da Exposição do IV Centenário, no Parque do Ibirapuera (1951-1955), em São Paulo. Em 1955 participou do programa de reconstrução da cidade de Berlim, na Alemanha, destruída durante a Segunda Guerra Mundial, com o projeto de um prédio de apartamentos para o bairro de Hansa. Nesse mesmo ano concebeu o Museu de Arte Moderna de Caracas, na Venezuela.

Em 1956, foi nomeado diretor do departamento de arquitetura da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), empresa encarregada da construção de Brasília. Juntamente com Lúcio Costa, elaborou um dos mais importantes exemplares da arquitetura mundial contemporânea, símbolo maior da arquitetura e do urbanismo brasileiros. Na nova capital do país projetou, entre outros edifícios e logradouros, o Palácio da Alvorada - residência oficial do presidente da República -, a Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto - sede do governo federal -, o Palácio da Justiça e a Esplanada dos Ministérios (1956-1958). Também são de sua autoria os projetos da Catedral de Brasília (1958-1970), do Palácio dos Arcos (1959-1967), e do Teatro Nacional (1960-1963).

Após Brasília, Niemeyer fez vários trabalhos no exterior, em países como o Líbano, Portugal, França, Itália, Inglaterra e Argélia. Com o golpe militar de 1964, teve suspensa a publicação da revista Módulo, que fundara em 1955. Em 1967 exilou-se em Paris, onde projetou a sede do Partido Comunista Francês (1971). De volta ao Brasil, foi escolhido para projetar o Sambódromo e os Centros Integrados de Educação Publica (Cieps), no Rio, durante a gestão do governador Leonel Brizola (1983-1987) no estado do Rio de Janeiro. Seus últimos trabalhos mais significativos foram o Memorial JK em Brasília (1987), o Parlamento da América Latina em São Paulo (1991) e o Museu de Arte Contemporânea em Niterói (1991).

Ao longo de sua carreira foi agraciado com numerosos prêmios e condecorações, e sua obra foi retratada em dezenas de livros e exposições no Brasil e no exterior. Publicou Minha experiência em Brasília (1961), com edições em Moscou, Roma e Paris; Oscar Niemeyer (1986); Lições de arquitetura (1993); e As curvas do tempo (1998).

Além do trabalho como arquiteto, Niemeyer sempre revelou profunda preocupação social. Desde o início de sua carreira aderiu ao socialismo. Foi amigo de Luís Carlos Prestes e membro do Partido Comunista Brasileiro.

Casou-se com Anita Baldo, com quem teve uma filha.