Mário Brant

  • Mário Brant (1° da dir., sentado), Lindolfo Collor (2°), Afrânio de Melo Franco (3°), Djalma Pinheiro Chagas (4°), Oswaldo Aranha (5°), Francisco Luís da Silva Campos (6°) entre outros no Jóquei Clube do Rio de Janeiro. Entre novembro de 1930 e março de 1932. FGV/CPDOC, Arq. Pedro Ernesto Batista.

Augusto Mário Caldeira Brant nasceu em Diamantina (MG) no dia 15 de dezembro de 1876. Diplomado pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1898, foi em seguida nomeado provedor de justiça da comarca de Diamantina (MG), cargo que ocupou até 1903. Em 1905, transferiu-se para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e foi delegado e chefe do serviço de informações da Diretoria de Povoamento do Ministério da Agricultura. Em 1911, assumiu a diretoria do boletim do Ministério da Viação, onde permaneceu até 1917. Durante sua estada na capital federal, colaborou nos jornais Gazeta de Notícias e A Noite e na revista Kosmos. Trabalhou também na redação de O Imparcial, do qual chegou a ser redator-chefe.

Retornando a Minas em 1919, fundou o jornal Estado de Minas. Reintegrado à política local, no ano seguinte assumiu uma cadeira na Câmara estadual em substituição a Afonso Pena Júnior. Em 1921 foi eleito deputado federal na legenda do Partido Republicano Mineiro (PRM). Renunciou ao mandato no ano seguinte para assumir o cargo de secretário de Finanças do estado de Minas Gerais, no governo de Raul Soares de Moura. Permaneceu na Secretaria de Finanças de Minas até 1925, quando, já no governo de Fernando de Melo Viana, se exonerou por ter sido nomeado diretor do Banco do Brasil. Logo depois, assumiu também uma diretoria da Companhia Sul América de Seguros.

Em 1929, deixou a diretoria do Banco do Brasil e passou a dedicar-se à campanha de Getúlio Vargas para a presidência da República. Eleito deputado federal pelo PRM nas eleições de março de 1930, participou em seguida da conspiração revolucionária que depôs o presidente Washington Luís e levou Vargas ao poder. Empossado o novo governo em novembro de 1930, foi nomeado presidente do Banco do Brasil.

Ao lado de Artur Bernardes e de outras lideranças do PRM, opôs-se à criação da Legião Liberal Mineira, organização fundada em 1931 por jovens lideranças revolucionárias - incluindo alguns "tenentes" - para combater a hegemonia do PRM na política do estado. Com o agravamento da disputa entre os dois grupos, acirrada ainda mais pela tentativa frustrada dos partidários de Bernardes de derrubar o governador Olegário Maciel, exonerou-se da presidência do Banco do Brasil.  Em fevereiro de 1932, foi um dos fundadores do Partido Social Nacionalista (PSN) e elaborou o estatuto da agremiação. Concebido pelo "Acordo Mineiro" como uma tentativa de fusão do PRM com a Legião Mineira, o PSN, no entanto, teve vida efêmera e foi dissolvido dois meses após sua fundação.

Nessa época, Mário Brant e os demais seguidores de Artur Bernardes em Minas já mantinham os primeiros contatos com os constitucionalistas de São Paulo, conspirando para a derrubada do governo. Com a derrota da Revolução Constitucionalista em julho de 1932, foi preso e exilado, e teve seus direitos políticos cassados.

De volta ao país, candidatou-se à Câmara dos Deputados nas eleições de outubro de 1934, e obteve uma suplência na bancada do PRM. Já no Estado Novo, como membro da Resistência Democrática, foi um dos signatários do Manifesto dos mineiros (24/10/1943), uma das primeiras manifestações de oposição da elite política à ditadura. Em conseqüência, foi afastado do cargo de diretor do Banco Hipotecário Lar Brasileiro, uma empresa privada. Em abril de 1945, participou da primeira reunião do diretório nacional da União Democrática Nacional (UDN).

Nas eleições de dezembro para a Assembléia Nacional Constituinte, elegeu-se deputado na legenda do Partido Republicano (PR). Interrompeu o mandato em março de 1947, para assumir a Secretaria de Educação e Saúde Pública em Minas Gerais, no governo Milton Campos, cargo que ocupou até dezembro do mesmo ano. Em novembro de 1949, como chefe da ala liberal do PR, apoiou o lançamento da candidatura do udenista Milton Campos à presidência da República.

Entre 1954 e 1956, exerceu por duas vezes a diretoria da Carteira de Redesconto do Banco do Brasil. Assumiu também, interinamente, a presidência do banco entre novembro de 1955 e fevereiro de 1956.

Mário Brant casou-se com a escritora Alice Dayrell Brant, também conhecida como Helena Morley. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 2 de dezembro de 1968.