Humberto Castelo Branco

  • Castelo Branco (1° plano, de terno), Lomanto Júnior (atrás de Castelo Branco, de terno) e Ernesto Geisel (no canto dir.) entre outros em cerimônia oficial. Bahia, entre 1964 e 1967. FGV/CPDOC, Arq. Juraci Magalhães.

Humberto de Alencar Castelo Branco nasceu em Fortaleza no dia 20 de setembro de 1897, filho de Cândido Borges Castelo Branco e de Antonieta de Alencar Castelo Branco. Cursou a Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e foi declarado aspirante-a-oficial em janeiro de 1921.

Em 1924 - ano em que concluiu o curso da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) - foi detido no Rio de Janeiro por dois meses, em meio a várias prisões de elementos suspeitos de participação na revolta tenentista iniciada em São Paulo. Depois de libertado, uniu-se às tropas que, a mando do governo federal, seguiram para combater os revoltosos paulistas que então se encontravam no oeste do Paraná.

Em 1927 tornou-se auxiliar de instrutor de infantaria da Escola Militar do Realengo, onde permaneceu até os primeiros meses de 1929. Nesse ano cursou a Escola de Aviação Militar. Contrário à Revolução de 1930, foi transferido para o 10º  Regimento de Infantaria (10º RI) em Juiz de Fora (MG). Em 1931 foi o primeiro colocado no curso da Escola de Estado-Maior, e foi por isso indicado para servir junto à Missão Militar Francesa. Promovido a capitão em 1932, passou a ser adjunto daquela missão, além de assistente do diretor de estudos militares na Escola Militar do Realengo e, depois, instrutor da Escola de Estado-Maior. Ingressou em seguida na École Supérieure de Guerre, em Paris. De volta ao Brasil em 1938, ano em foi promovido a major, retornou à Escola de Estado-Maior.  Em 1940 foi oficial-de-gabinete do ministro da guerra, general Eurico Dutra, e em 1941 foi nomeado instrutor-chefe de infantaria da Escola Militar do Realengo.

Em 1943, fez parte do primeiro grupo de oficiais brasileiros designados para estágio nos Estados Unidos, tendo em vista a declaração de guerra do Brasil às nações do Eixo. Após retornar ao país, já como tenente-coronel, foi indicado para chefiar a Seção de Operações do Estado-Maior da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), depois chamada Força Expedicionária Brasileira (FEB). Integrou assim o 1º Escalão da FEB que embarcou para a guerra na Itália. Em 1945, após o término do conflito, foi promovido a coronel.

De volta ao Brasil, foi nomeado diretor de ensino da Escola de Estado-Maior. Em 1949, assumiu a chefia da 3ª Seção do Estado-Maior do Exército (EME), cargo que ocupou até 1952, quando foi promovido a general-de-brigada e tornou-se comandante da 10ª Região Militar (RM) em Fortaleza. Dois anos depois, foi designado subchefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA). Deixou essa função em agosto de 1954, após o suicídio de Getúlio Vargas.

 Já em setembro, foi nomeado comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). Apesar de ter apoiado o Movimento do 11 de Novembro de 1955, não conseguiu convencer os instrutores e alunos da ECEME de que a atitude do ministro da Guerra, Henrique Teixeira Lott, era justa, e não teve como evitar que quase todos eles assinassem um manifesto contra a operação liderada pelo ministro. Diante das punições de Lott aos "conspiradores" da ECEME, em janeiro de 1956 demitiu-se do órgão e voltou à sua antiga posição de assistente do chefe do EMFA. Em abril, foi transferido para a Escola Superior de Guerra (ESG).

Em 1958, candidatou-se à presidência do Clube Militar e foi derrotado pelo general Justino Alves Bastos, que era apoiado por Lott. Promovido a general-de-divisão, assumiu em novembro o Comando Militar da Guarnição da Amazônia e da 8ª RM, com sede em Belém. Deixou esse posto em 1960, para chefiar a Diretoria de Ensino e Formação do Exército.

Em setembro de 1962, depois de promovido a general-de-exército, foi nomeado comandante do IV Exército em Recife, cargo que ocupou até assumir a chefia do EME em setembro do ano seguinte. No exercício dessa função, destacou-se como um dos principais líderes do golpe militar de 31 de março de 1964, que destituiu o presidente João Goulart.

Deixou a chefia do EME em 13 de abril de 1964, passando então para a reserva com patente de marechal. No dia 15 assumiu a presidência da República, após ter sido eleito pelo Congresso Nacional. Em março de 1967 transmitiu o governo ao general Artur da Costa e Silva. Afastado da vida pública, voltou a lecionar na ESG.

Castelo Branco casou-se com Argentina Viana, com quem teve dois filhos. Faleceu no dia 18 de julho de 1967, vitimado por um acidente aéreo ocorrido na localidade de Mondubim, distrito de Fortaleza (CE).