Eduardo Gomes

  • Eduardo Gomes (10° da esq., sentado) e Juscelino Kubitsheck (7°) entre outros. S.I., dezembro de 1951. FGV/CPDOC, Arq. Cordeiro de Farias.

Eduardo Gomes nasceu em Petrópolis (RJ) no dia 20 de setembro de 1896, filho de Luís Gomes e de Jenny Gomes. Ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, em 1916. Participou em 1922 do levante do Forte de Copacabana e com a derrota da rebelião, foi ferido e preso, enquanto alguns de seus companheiros tombaram mortos na praia de Copacabana.

No ano seguinte foi posto em liberdade para aguardar seu julgamento. Antes, porém, que sua condenação fosse confirmada refugiou-se no interior do país. Em seguida, retomou a atividade conspirativa e participou da deflagração do levante tenentista ocorrido em São Paulo em julho de 1924. Na capital paulista, os revoltosos decidiram retirar-se para o interior do estado e, em seguida, se dirigiram ao estado do Paraná, onde se juntaram a um outro grupo de revoltosos vindo do Rio Grande do Sul e liderado por Luís Carlos Prestes. Formou-se, então, a Coluna Prestes, que percorreria o interior do país por cerca de dois anos em campanha contra o governo federal. Eduardo Gomes dirigia-se ao sul do país para integrar-se às tropas de Prestes quando foi novamente preso.

Foi solto somente em 1926, já no governo de Washington Luís. Na iminência de uma nova prisão, porém, refugiou-se no interior do país até 1929, quando se apresentou às autoridades e foi novamente encarcerado. Permaneceu no cárcere até maio de 1930, quando foi libertado e se integrou imediatamente às conspirações que objetivavam a derrubada de Washington Luís pelas armas, após o fracasso eleitoral da Aliança Liberal. Encontrava-se em Barbacena (MG) quando o movimento de outubro foi deflagrado, participando das operações militares naquela cidade.

Com o estabelecimento do novo regime, deu prioridade à sua carreira militar, participando da criação e dirigindo o Correio Aéreo Militar. Em novembro de 1935, como comandante do 1º Regimento de Aviação, deu combate ao levante comunista deflagrado contra o governo federal por setores da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Em 1937 pediu exoneração do comando desse regimento por se opor à decretação do Estado Novo.

Em 1941, após a criação do Ministério da Aeronáutica, foi promovido a brigadeiro e, em seguida, nomeado para o comando da I e da II Zonas Aéreas, sediadas em Belém e Recife. Transferiu-se para a capital pernambucana, onde iniciou a construção de bases aéreas com apoio de recursos norte-americanos. Nesse contexto, cumpriu importante papel de ligação entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, na Segunda Guerra Mundial.

No final do Estado Novo, passou a se articular com setores de oposição liberal, que lançaram seu nome às eleições presidenciais, marcadas para dezembro de 1945. Em torno de sua candidatura foi articulada a criação da União Democrática Nacional (UDN). Realizado o pleito presidencial depois de acirrada campanha, Eduardo Gomes acabou derrotado pelo general Eurico Dutra. Em 1950, sua candidatura a presidência foi novamente lançada pela UDN, sendo dessa vez derrotado por Getúlio Vargas, de quem recusou o convite para assumir o Ministério da Aeronáutica.

Eduardo Gomes foi um dos líderes da campanha pelo afastamento de Vargas após o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, em agosto de 1954, e chefiou o ministério da Aeronáutica nos governos de Café Filho e Carlos Luz. Sempre alinhado com a UDN, opôs-se à posse de Juscelino Kubitscheck na presidência da República, argumentando que o candidato não havia obtido maioria absoluta no pleito realizado em 1955.

Em 1964, já transferido para a reserva, esteve entre os articuladores do golpe militar que depôs o presidente João Goulart. Em janeiro de 1965, voltou a assumir o Ministério da Aeronáutica, permanecendo no cargo até março de 1967.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 13 de junho de 1981. Era solteiro e não teve filhos.