Carlos Luz

  • Carlos Luz (1° da esq.) sentado ao lado de Benedito Valadares, interventor no estado de Minas Gerais, na sacada do Palácio da Liberdade. Belo Horizonte, dezembro de 1933. FGV/CPDOC, Arq. Benedito Valadares.

Carlos Coimbra da Luz nasceu em Três Corações (MG) no dia 4 de agosto de 1894, filho de Alberto Gomes Ribeiro da Luz e de Augusta Coimbra da Luz. Diplomou-se em direito em fins de 1915 e pouco depois foi nomeado delegado de polícia em Leopoldina e professor da Escola Normal da cidade. Em 1920 passou a dedicar-se à advocacia e ao jornalismo.

Em 1923 foi eleito vereador em Leopoldina. Assumiu em seguida a presidência da Câmara Municipal e, depois, a prefeitura da cidade. Em setembro de 1932 foi nomeado secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas de Minas Gerais, e em 15 de dezembro assumiu a Secretaria do Interior. Em outubro de 1934, foi eleito deputado federal na legenda do Partido Progressista (PP) de Minas Gerais.

Após o golpe que implantou o Estado Novo em 1937, Carlos Luz foi nomeado por Vargas para o conselho administrativo da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro e em dezembro de 1938 assumiu a vice-presidência da instituição. Pouco depois tornou-se membro do conselho e diretor da Companhia de Seguros Minas-Brasil, cargos que conservaria durante toda a vida. Em julho de 1939 foi eleito presidente da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro e passou a integrar, nessa qualidade, o Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais. Foi reeleito para o cargo em novembro de 1942 e nele permaneceu até fevereiro de 1946.

Um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD) em 1945, elegeu-se em dezembro deputado à Assembléia Nacional Constituinte, mas não chegou a assumir o mandato, pois foi convidado pelo presidente Eurico Dutra, empossado em janeiro de 1946, para ocupar a pasta da Justiça. Deixou o ministério em 2 de outubro, substituído por Benedito Costa Neto.

Nas eleições suplementares para a Câmara dos Deputados realizadas em 1947, foi o único candidato eleito na legenda do PSD. Ainda no mesmo ano, tornou-se diretor-presidente do Banco Ribeiro Junqueira S.A. Foi reeleito para dois mandatos sucessivos em 1950 e 1954, e em 1955 foi eleito presidente da Câmara. Nesse mesmo ano, em outubro, em meio à grave crise política vivida pelo país desde o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954, os candidatos da aliança PSD-Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Juscelino Kubitschek e João Goulart, foram eleitos presidente e vice-presidente da República.  

Em 8 de novembro de 1955, Carlos Luz assumiu a presidência da República em substituição ao vice-presidente Café Filho, que se afastou da chefia do governo por motivo de saúde. No entanto, permaneceu na presidência por apenas quatro dias, pois já no dia 11 de novembro foi afastado, sob a acusação de conspirar contra a posse de Juscelino e Goulart, deixando a presidência da Câmara. Voltou a ser eleito deputado federal em outubro de 1958.

Carlos Luz casou-se com Maria José Dantas Luz, com quem teve dois filhos. Viúvo, casou-se em segundas núpcias com Graciema Junqueira da Luz, com quem também teve dois filhos. Faleceu no Rio de Janeiro em 9 de fevereiro de 1961.