Antônio Carlos Ribeiro de Andrada

  • Antônio Carlos Ribeiro de Andrada (ao centro), entre outros, em exposição. Belo Horizonte, 13 de maio de 1928. FGV/CPDOC, Arq. Antônio Carlos Ribeiro de Andrada.

Antônio Carlos Ribeiro de Andrada nasceu em Barbacena (MG) no dia 5 de setembro de 1870, filho de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e de Adelaide Feliciano Duarte de Andrada. Pertencia a uma das famílias de maior tradição na política brasileira, que tinha entre seus membros mais ilustres José Bonifácio de Andrada e Silva, o "Patriarca da Independência", seu tio-avô.

Antônio Carlos estudou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde participou do movimento republicano antes de se formar, em 1887. Iniciou sua carreira política ainda no final do século XIX, como vereador em Juiz de Fora, pelo Partido Republicano Mineiro (PRM). Em 1902 foi nomeado secretário de Finanças de Minas Gerais e em 1906 assumiu a prefeitura de Belo Horizonte por um breve período.

Ainda em 1906, tornou-se presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora e ao mesmo tempo senador estadual. Elegeu-se deputado federal em 1911 e permaneceu na Câmara dos Deputados até 1917. Em setembro desse ano, a convite do presidente Venceslau Brás, assumiu o Ministério da Fazenda, onde permaneceu até novembro de 1918. Em maio do ano seguinte, voltou à Câmara dos Deputados e em 1925 elegeu-se senador da República.

Em setembro de 1926 tomou posse no governo de Minas Gerais. Sua gestão foi marcada por inovações de cunho reformista, sintetizadas na frase "Façamos a revolução antes que o povo a faça".

Pelo acordo entre as oligarquias de São Paulo e Minas, que vinha garantindo a alternância entre os dois estados no comando do Executivo federal, o sucessor do presidente Washington Luís, a ser eleito em 1930, deveria ser um mineiro, provavelmente o próprio Antônio Carlos. Washington Luís optou, porém, pelo paulista Júlio Prestes e isso desencadeou o rompimento entre os dois estados. Preterido no processo sucessório, Antônio Carlos passou, então, a articular o nome do gaúcho Getúlio Vargas como candidato à presidência. Tal candidatura se concretizou com a formação da Aliança Liberal. A campanha eleitoral foi bastante acirrada, mas, realizado o pleito em março de 1930, a vitória acabou ficando com o candidato situacionista. Em Minas, Antônio Carlos passou o governo estadual ao seu candidato, Olegário Maciel.

Com a derrota eleitoral, foi deflagrado um movimento em outubro de 1930, com o apoio das forças políticas dos três estados que haviam criado a Aliança Liberal: Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. Em novembro, vitorioso o movimento, Getúlio Vargas chegou ao poder.

Os momentos que se seguiram foram marcados pela luta entre os diferentes grupos que apoiavam o novo governo. Em Minas Gerais, essa luta tomou formas concretas com a criação da Legião de Outubro, agremiação que procurava substituir o antigo PRM na condução da política estadual. Antônio Carlos aderiu à nova organização e chegou a fazer parte de sua direção. Participou também do efêmero Partido Social Nacionalista (PSN). Em fevereiro de 1933, participou da fundação do Partido Progressista (PP). Em maio seguinte, elegeu-se deputado nessa legenda e foi escolhido presidente da Assembléia Nacional Constituinte.

Após a promulgação da nova Constituição, renovou seu mandato na Câmara e foi confirmado como presidente daquela Casa. Sua candidatura chegou a ser cogitada para a sucessão de Vargas, prevista para janeiro de 1938, mas não se concretizou. Em maio de 1937, quando houve nova eleição para a presidência da Câmara, foi derrotado por Pedro Aleixo. Deixou, então, o PP e fundou o Partido Progressista Democrático. Ao mesmo tempo manifestou apoio à candidatura presidencial do governador paulista Armando de Sales Oliveira.

Perdeu seu mandato parlamentar em novembro de 1937, quando Vargas implantou o Estado Novo. Abandonou, então, a atividade política para se dedicar a seus negócios privados. Em 1943, negou-se a assinar o Manifesto dos Mineiros, que fazia críticas à ditadura e rompia com a censura vigente no país desde 1937, por ser o documento articulado por Pedro Aleixo e Virgílio de Melo Franco, dois de seus desafetos na política mineira.

Casou-se com Julieta Guimarães de Andrada, com quem teve cinco filhos. Faleceu no Rio de Janeiro em 1º de janeiro de 1946.