01. Infância e Juventude

  • João César de Oliveira, pai de Juscelino Kubitsheck. S.I., s.d Reproduzido do livro Meu caminho para Brasília, de Juscelino Kubitsheck. Rio de Janeiro, Bloch Editores S.A, 1974.
  • Sinhá (1° da esq.), Maria Joaquina Coelho (avó de Juscelino), Augusto Elias Kubitsheck (avó) e Júlia Kubitsheck. S.I., s.d Reproduzido do livro Meu Caminho para Brasília, de Juscelino Kubitsheck. Rio de Janeiro, Bloch Editores S.A, 1974.
  • Juscelino Kubitsheck e sua irmã Naná, ladeados pelos amigos Nilton e Dolores Vasconcelos. Minas Gerais, s.d. Memorial JK.
  • Juscelino Kubitsheck e sua irmã Naná. Minas Gerais, 1905? Memorial JK.

Juscelino Kubitschek de Oliveira nasceu em Diamantina (MG) no dia 12 de setembro de 1902, filho de João César de Oliveira e de Júlia Kubitschek. Seu pai, após experimentar o garimpo, foi delegado de polícia e fiscal de rendas do município, e principalmente caixeiro-viajante. Sua mãe, professora primária desde 1898, lecionava no distrito de Palha, o que a obrigava a percorrer diariamente longa distância a pé. Um tio-avô, João Nepomuceno Kubitschek, foi senador constituinte estadual em 1891 e vice-presidente de Minas de 1894 a 1898, no governo de Crispim Jacques Bias Fortes.

Após a morte prematura de João César por tuberculose, Júlia Kubitschek, recusando qualquer auxílio familiar para a educação dos dois filhos - Maria da Conceição, conhecida por Naná, e Juscelino, cujo apelido era Nonô -, pediu transferência para o município de Grupiara e obteve permissão para residir na própria escola em que passaria a lecionar. Ali, tendo a mãe como professora, Juscelino concluiu o curso primário. De volta a Diamantina, por não haver ginásio na cidade e por não possuir recursos para estudar em Belo Horizonte, obteve redução nas taxas de matrícula e ingressou no seminário diocesano em 1914. Durante um período, foi coroinha na igreja de Nossa Senhora da Luz.

Com 15 anos incompletos, Juscelino concluiu o curso de humanidades e decidiu abandonar o seminário, já que não sentia vocação para o sacerdócio. Diante da precária situação financeira de sua mãe, e estando decidido a cursar a Faculdade de Medicina, preparou-se sozinho para ir a Belo Horizonte prestar os exames preparatórios. Entretanto, em conseqüência da epidemia de gripe espanhola que se espalhou pelo país, em 1918 foram instituídos, em caráter de emergência, "exames por decreto". Graças a essa medida, Juscelino pôde fazer quatro exames de uma só vez em Diamantina. Embora bem-sucedido, restavam-lhe ainda oito provas para poder se candidatar a um curso superior.

Em 1919, a Repartição Geral dos Telégrafos abriu concurso para telegrafista. Como Juscelino demonstrou interesse em concorrer a uma vaga, sua mãe vendeu a única jóia que possuía e custeou sua viagem a Belo Horizonte. Juscelino foi bem classificado, mas foi obrigado a praticar o código Morse durante algum tempo antes de ser nomeado. Ainda em dezembro de 1919 prestou mais dois exames preparatórios no Ginásio Mineiro, em Belo Horizonte, e foi aprovado. Um ano depois, mudou-se para a capital mineira e passou a viver de uma pequena mesada que a mãe lhe enviava. Concluiu o treinamento de código Morse e prestou mais quatro exames preparatórios, mas foi reprovado em geometria. Em maio de 1921, foi finalmente nomeado telegrafista-auxiliar da Repartição Geral dos Telégrafos.