Virgílio de Melo Franco

  • Virgílio de Melo Franco. S.I., s.d. FGV/CPDOC, Arq. Afonso Arinos.

Virgílio Alvim de Melo Franco nasceu em Ouro Preto (MG) no dia 12 de julho de 1897, filho de Afrânio de Melo Franco e de Sílvia Alvim de Melo Franco. Formou-se pela Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro em 1918. Nessa época, exerceu seu primeiro cargo público, como chefe de gabinete de seu pai, ministro da Viação do governo de Delfim Moreira.

Em 1922, elegeu-se deputado estadual em Minas Gerais na legenda do Partido Republicano Mineiro (PRM), Durante o governo de Washington Luís, aproximou-se da oposição e dos tenentes, passando a cogitar da derrubada do regime pela via armada mesmo antes da derrota da Aliança Liberal na eleição de março de 1930. Concretizada a derrota eleitoral de Getúlio Vargas, retomou as atividades conspirativas e esteve entre os principais articuladores da insurreição de outubro daquele ano, que depôs Washington Luís e impediu que Júlio Prestes, eleito em março, tomasse posse.

Com a vitória da revolução, recusou os cargos que lhe foram oferecidos por Vargas no novo governo, esperando ser nomeado interventor federal em Minas Gerais. O governo mineiro, porém, foi o único a não sofrer a intervenção do governo federal, já que Vargas preferiu manter Olegário Maciel no posto, evitando assim perder o apoio do PRM.

Suas pretensões com relação ao governo mineiro levaram-no a participar da fracassada tentativa de golpe deflagrada contra Olegário Maciel em agosto de 1931, que contou com o apoio do ministro Osvaldo Aranha e a conivência do próprio Vargas.  Em seguida, passou a apoiar as iniciativas de pacificação da política mineira, como a criação do Partido Social Nacionalista (PSN). O "acordo mineiro", porém, durou pouco. A eclosão da Revolução Constitucionalista de São Paulo, em julho de 1932, ganhou o apoio da facção do PRM chefiada por Bernardes, enquanto a maioria dos dirigentes mineiros, incluindo Virgílio, mantinha-se fiel ao governo federal.

No início de 1933, elegeu-se deputado federal constituinte na legenda do Partido Progressista (PP) de Minas Gerais. Ainda no mesmo ano, em protesto contra a indicação de Benedito Valadares para a interventoria de Minas, renunciou à liderança da bancada mineira na Constituinte e seu pai deixou o Ministério da Relações Exteriores.

Desde então Virgílio de Melo Franco passou a alinhar-se com a oposição ao governo federal. Em 1942, após a declaração de guerra do Brasil às potências do Eixo, estabeleceu uma última aproximação com Vargas. Foi então nomeado interventor no Banco Alemão Transatlântico, principal agência financeira da Alemanha no Brasil. Não deixou, porém, de vincular-se aos setores liberais quando estes voltaram a se manifestar, motivados pelo alinhamento brasileiro aos países democráticos no âmbito internacional. Em outubro de 1943, foi um dos signatários do Manifesto dos mineiros, documento que representou o primeiro golpe na censura do Estado Novo, após muitos anos. Por conta disso, foi exonerado da direção do Banco Transatlântico. No final de 1944, foi preso por alguns dias, acusado de atividades contra o regime. Em janeiro do ano seguinte, participou, como delegado do Distrito Federal, do Congresso Brasileiro de Escritores, evento que representou novo golpe no regime ditatorial.

Ainda em 1945, esteve entre os principais articuladores da União Democrática Nacional (UDN), partido político que reunia a oposição liberal ao Estado Novo e que lançou a candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes à eleição presidencial marcada para dezembro daquele ano.

Virgílio de Melo Franco casou-se com Dulce de Melo Franco e não teve filhos. Morreu assassinado no Rio de Janeiro em 29 de outubro de 1948.