Parsifal Barroso

  • Parsifal Barroso abraça Juscelino Kubitsheck na presença de outros. S.I., 19 de novembro de 1958. Arquivo Público do Estado de São Paulo/Último Hora.

José Parsifal Barroso nasceu em Fortaleza (CE) no dia 5 de julho de 1913, filho de Hermínio Barroso e de Emília Cunha Barroso.

Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais e em 1936 foi eleito deputado classista à Assembléia Legislativa do Ceará. Permaneceu na Assembléia até o advento do Estado Novo, e a partir de então dedicou-se à advocacia e ao magistério.

Após a deposição de Getúlio Vargas em 1945, elegeu-se deputado constituinte pelo Ceará na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Em 1949 abandonou o magistério e passou a dedicar-se apenas à carreira política. Reeleito no ano seguinte, deixou depois o PSD e ingressou no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Nessa legenda, elegeu-se senador pelo Ceará em 1954.

Com a posse de Juscelino Kubitschek na presidência da República em janeiro de 1956, foi nomeado ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. Assumiu o ministério numa época de difícil definição política em função dos compromissos estabelecidos com a coligação partidária que levara Juscelino ao poder. Tentou evitar a participação política da classe operária através do controle governamental das estruturas e lideranças sindicais. Decidiu também tomar as medidas necessárias para impedir que a esquerda assumisse o controle dos sindicatos, e até mesmo anular eleições ganhas pelos comunistas.

Além de atuar na política sindical, desempenhou, como ministro, funções de caráter técnico. Foi chefe da representação brasileira à Conferência Internacional do Trabalho, realizada em Genebra, Suíça, em 1956, e no ano seguinte presidiu a Comissão de Enquadramento Sindical e foi membro do Conselho Coordenador de Abastecimento.

Em março de 1958, durante uma reunião de Juscelino com os governadores nordestinos, foi designado membro da comissão instituída para coordenar o auxílio ao Nordeste, que sofria os efeitos de grande seca. Nesse mesmo ano, com o propósito de concorrer ao governo do Ceará, afastou-se do ministério e retornou ao Senado para continuar seu mandato.

Em outubro de 1958, elegeu-se governador do Ceará na legenda das Oposições Coligadas, formada pelo PSD, o PTB e o Partido de Representação Popular (PRP). Assumiu o governo cearense em 25 de março de 1959, após encerrar seu mandato no Senado.

Após o golpe de 1964, retirou-se da vida pública. Retornou em 1970, quando foi eleito  deputado federal pelo Ceará, na legenda da Aliança Renovadora Nacional (Arena). Reeleito em 1974, no ano seguinte renunciou ao mandato para assumir o cargo de ministro-conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, do qual foi indicado presidente em 1979.

Casou-se com Raimunda Olga Monte Barroso, com quem teve cinco filhos. Faleceu em Fortaleza no dia 21 de abril de 1986.