Nélson de Mello

  • Nélson de Mello (1° da dir.), Juscelino Kubitsheck (2°) e Luiz Abner de Sousa Moreira (3°). Fortaleza, 1956. FGV/CPDOC, Arq. Nélson de Mello.

Nélson de Mello  nasceu em Santana do Livramento (RS), no dia 20 de agosto de 1899, filho de Francisco Antônio de Siqueira e Mello  e de Maria Isabel de Aguiar Mello . Cursou a Escola Militar do Realengo no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e saiu aspirante-a-oficial em 1922.

Tomou parte na Revolução de 1930, conspirando no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Em 1931 foi promovido a capitão e transferido para Pernambuco, onde assumiu a Secretaria de Segurança Pública. Em setembro de 1933, a convite de Getúlio Vargas, tornou-se interventor federal no Amazonas, cargo que ocupou até 1935.

Em agosto de 1943 foi nomeado chefe de polícia do Distrito Federal. Promovido a coronel por merecimento em 1944, foi obrigado a deixar a chefia de polícia por força de um aviso recente que estabelecia a incompatibilidade entre oficiais promovidos por merecimento e cargos civis. Em setembro embarcou para a Itália integrando um dos escalões da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que combateu na Segunda Guerra Mundial. Regressou ao Brasil em julho de 1945, depois de encerrado o conflito.

Foi simpático ao golpe militar que depôs Vargas em outubro de 1945. Promovido a general-de-brigada em abril de 1950, concorreu sem sucesso às eleições para a presidência do Clube Militar. Em maio de 1952 participou novamente das eleições no Clube Militar como candidato à vice-presidência na chapa encabeçada pelo general Alcides Etchegoyen, autodenominada Cruzada Democrática. Após intensa campanha eleitoral, a chapa Etchegoyen-Nelson de Mello saiu vitoriosa.

Em março de 1955 assumiu a Diretoria de Recrutamento do Exército no Rio de Janeiro e, em junho, o comando da 5ª Divisão de Infantaria, sediada em Ponta Grossa (PR). Em 11 de novembro apoiou o movimento militar liderado pelo general Henrique Teixeira Lott visando a assegurar a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek. Tendo sido decretado pouco depois o estado de sítio em todo o país, Nelson de Mello exerceu a função de delegado executor dessa medida constitucional no Paraná.

Com a posse de Juscelino Kubitschek, Nelson de Mello foi nomeado, em janeiro de 1956, chefe do Gabinete Militar da Presidência da República, função que exerceria durante todo o governo de Juscelino. Nessa condição, foi um dos coordenadores da ação militar que reprimiu a Revolta de Jacareacanga. Promovido a general-de-divisão em novembro de 1956 e a general-de-exército em novembro de 1959, em dezembro desse último ano ajudou a debelar em Goiás a Revolta de Aragarças.

Em fevereiro de 1961, passou a chefiar a delegação brasileira à Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, a qual presidiu nessa mesma época. Em outubro seguinte foi nomeado pelo presidente João Goulart comandante do II Exército em São Paulo e, em julho de 1962, tornou-se ministro da Guerra. Com a renúncia do primeiro-ministro, Francisco Brochado da Rocha, no dia 14 de setembro, foi substituído na pasta pelo general Amauri Kruel.

Em dezembro de 1963, foi transferido para a reserva como marechal. Em março de 1964, participou da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu em São Paulo mais de 500 mil pessoas em protesto contra o governo João Goulart. Reformado em junho de 1969, no ano seguinte passou a integrar a diretoria da empresa Ericson do Brasil, com matriz na Suécia.

Casou-se com Odete Guimarães Santos Mello , com quem teve uma filha. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 3 de janeiro de 1989.