Maurício Bicalho

  • Maurício Bicalho. S.I., 1960. Agência O Globo.

Maurício Chagas Bicalho nasceu em Oliveira (MG) no dia 19 de março de 1913, filho de Edmundo Dias Bicalho e de Maria da Conceição Moura Chagas Bicalho.

Advogado, diplomado pela Faculdade de Direito de Belo Horizonte em 1935, foi diretor do Departamento de Estudos Econômicos e de Legislação Fiscal de Minas Gerais e assistente técnico de Ovídio de Abreu na Secretaria de Finanças do estado entre 1936 e 1940. Em 1946, tornou-se chefe de gabinete de Jair Negrão de Lima, secretário de Finanças do governo João Beraldo. Com a nomeação de Ovídio de Abreu para a presidência do Banco do Brasil em julho de 1948, foi indicado seu assistente.

Durante o período em que Juscelino Kubitschek exerceu o governo de Minas Gerais (1951-1955), ocupou, de 1952 a 1954, o cargo de diretor das Centrais Elétricas de Minas Gerais S.A. (Cemig). Em fevereiro desse último ano tornou-se secretário do Interior, acumulando com esse o cargo de chefe de polícia do estado. Nomeado diretor-consultivo da Carteira de Redesconto do Banco do Brasil em 1958, foi presidente do Sindicato das Indústrias Hidro e Termelétricas do Estado de Minas Gerais até fevereiro de 1959.

No curso de uma transformação nos rumos da política econômico-financeira do governo Juscelino Kubitschek, Maurício Bicalho foi designado, em junho de 1959, para substituir Sebastião Pais de Almeida na presidência do Banco do Brasil. Ao optar por esse remanejamento, Kubitschek rompeu com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e, através de novos empréstimos contraídos no exterior, voltou a acelerar os planos de expansão industrial do país, ainda que sob os riscos de uma crescente espiral inflacionária. De setembro de 1959 a julho de 1960, Bicalho ocupou por diversas vezes, em caráter interino, o Ministério da Fazenda.

De 1960 a 1966, foi diretor-executivo do FMI em Washington e, entre 1967 e 1968, exerceu a presidência do Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais, do Banco Mineiro da Produção, do Banco de Crédito Real de Minas Gerais e do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge).

Foi também diretor da Associação Comercial de Minas Gerais, da Associação Comercial do Rio de Janeiro, do Banco de Belo Horizonte S.A. e da Centrais Elétricas de Furnas S.A. (Furnas). Foi ainda delegado do Brasil a várias assembléias mundiais da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e atuou como advogado para assuntos internacionais, advogado fiscal e consultor do estado em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.

Ao deixar a vida pública, passou a dedicar-se exclusivamente à advocacia, tornando-se consultor jurídico de firmas nacionais e estrangeiras.

Casou-se com Célia Roscoe Chagas Bicalho, com quem teve cinco filhos. Faleceu em Belo Horizonte no dia 14 de dezembro de 1999.