Mário Meneghetti

  • Mário Meneghetti cumprimenta Dael Pires de Lima, chefe de gabinete do Ministério de Agricultura. S.I., 1956. Arquivo Público do Estado de São Paulo/Última Hora.

Mário Davi Meneghetti nasceu em Porto Alegre (RS) no dia 17 de julho de 1905, filho de João Meneghetti e de Ana Rosso Meneghetti. Formado em medicina, trabalhou inicialmente na Viação Férrea Rio-Grandense e foi em seguida nomeado para o Departamento Estadual de Saúde, em Pelotas (RS).

Ingressou na vida política filiando-se ao Partido Social Democrático (PSD), pelo qual se elegeu inicialmente vereador à Câmara Municipal de Pelotas e, mais tarde, prefeito da cidade (1952-1955). Ao final do mandato, transferiu-se para o Rio de Janeiro e seguiu para o Paraguai como adido comercial à embaixada brasileira, onde permaneceu até 1956.

Em outubro de 1956 foi nomeado ministro da Agricultura pelo presidente Juscelino Kubitschek. Sua nomeação foi, aliás, o primeiro ato presidencial assinado no local onde viria a ser instalada a futura capital. Nos termos do compromisso político assumido por Juscelino durante a campanha eleitoral, caberia ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) indicar o titular da pasta da Agricultura. Entretanto, o presidente preferiu privilegiar o governador do Rio Grande do Sul, Ildo Meneghetti, nomeando seu irmão. O gesto se deveu ao apoio que o governador gaúcho vinha dando a Juscelino.

À frente da pasta, Meneghetti implantou serviços relativos à produção agropecuária na área do futuro Distrito Federal e enfrentou sérias pressões dos cafeicultores contra o confisco cambial sobre o café praticado pelo governo. Pressionados pela queda dos preços do produto no mercado internacional, os produtores passaram a exigir que o governo aumentasse as vendas de café e extinguisse o confisco.

Entre 1º e 16 de julho de 1958 Meneghetti acumulou a pasta da Agricultura com a do Trabalho, Indústria e Comércio. Em 1959, promoveu a criação dos parques nacionais de Ubajara (CE), Aparados da Serra (RS) e Araguaia (GO). Criou ainda a Escola de Viticultura e Enologia de Bento Gonçalves (RS), primeira escola agrotécnica do país dedicada à preparação de técnicos de grau médio em uma atividade agroindustrial específica.

Entusiasta da idéia da transferência da capital do país para o Planalto Central, colaborou na fixação em Brasília de órgãos de seu ministério. Em 5 de abril de 1960, pouco antes da inauguração de Brasília, afastou-se do ministério. Em sua gestão, foram ultrapassados os planos para ampliar a capacidade de armazenagem do país; chegou-se a 600 mil toneladas, quando as previsões para o governo de Juscelino eram de 400 mil. Incentivou-se ainda a mecanização da lavoura e a produção de tratores, como decorrência do desenvolvimento da indústria automobilística.

Em abril de 1960 foi nomeado embaixador em comissão em Honduras e lá permaneceu até 31 de dezembro do mesmo ano. Em sua carreira política, Meneghetti foi presidente do diretório regional gaúcho do PSD e membro do diretório nacional do partido. Durante o governo do marechal Humberto Castelo Branco, foi diretor do Instituto de Resseguros do Brasil.

Casou-se com Cila Marchiori Meneghetti. Faleceu no Rio de Janeiro em 29 de junho de 1969.