Jorge do Paço Matoso Maia

  • O embaixador Ernani do Amaral Peixoto (6° da esq.) e sua mulher Alzira recebem oficiais da Marinha americana, entre eles Harleigh Burke (7°), por ocasião da visita do ministro da Marinha do Brasil, Matoso Maia (9°) aos Estados Unidos. Washington, entre julho de 1956 e junho de 1959. FGV/CPDOC, Arq. Ernani do Amaral Peixoto.

Jorge do Paço Matoso Maia nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 19 de julho de 1894, filho de José do Paço Matoso Maia e de Alice de Faria Matoso Maia.

Fez seus primeiros estudos no Colégio Militar do Rio de Janeiro e sentou praça na Escola Naval em abril de 1912. Em 1918 foi promovido a primeiro-tenente, e em 1921 foi nomeado ajudante-de-ordens do ministro da Marinha, almirante João Pedro da Veiga Miranda. Com a saída de Veiga Miranda do ministério em novembro de 1922, Matoso Maia foi nomeado instrutor da Escola de Submersíveis. Deixou a secretaria e o cargo de instrutor dessa escola em julho de 1927. Em 1934 foi nomeado capitão dos portos do estado do Ceará, onde ficou até 1936. De volta ao Rio de Janeiro, foi designado assistente de comando da flotilha de contratorpedeiros.

Em abril de 1942 passou a adjunto do gabinete da secretaria geral do Conselho Superior de Segurança Nacional, órgão criado em julho de 1934 para estudar as questões relativas à defesa nacional. Em dezembro foi promovido a capitão-de-fragata.

Promovido a capitão-de-mar-e-guerra em maio de 1946, ainda nesse mês passou a ocupar a diretoria geral do Arsenal de Marinha na Ilha das Cobras, no Rio. Em maio do ano seguinte foi designado vice-diretor da Escola Naval, cargo que ocupou durante dois anos. Em julho de 1948 integrou o Conselho Nacional do Petróleo (CNP).

Em 1949 foi nomeado capitão dos portos do estado da Bahia e chefe do estado-maior do comando do II Distrito Naval (DN) sediado em Salvador. Em julho de 1950 tornou-se chefe do Estado-Maior da Esquadra e, em fevereiro do ano seguinte, logo após a posse de Getúlio Vargas na presidência da República, chefe de gabinete do ministro da Marinha, Renato Guillobel. Foi então promovido a contra-almirante.

Em abril de 1952 assumiu a diretoria geral do Pessoal da Armada e em fevereiro do ano seguinte voltou a ocupar a diretoria geral do Arsenal de Marinha. Em julho de 1954 foi nomeado comandante do I DN, onde permaneceu até maio de 1955. Promovido a vice-almirante em 1956, assumiu a Diretoria de Eletrônica da Marinha. De maio a julho de 1957 foi ministro convocado no Superior Tribunal Militar (STM). Em março de 1958, foi promovido a almirante-de-esquadra.

Em agosto de 1958 assumiu a chefia do Estado-Maior da Armada (EMA). Dias depois, foi nomeado pelo presidente Juscelino Kubitschek ministro da Marinha. Na sua gestão sofreu muitas críticas da imprensa relacionadas à questão do porta-aviões Minas Gerais, que fora comprado na Inglaterra em dezembro de 1956 e se encontrava em Roterdam, Holanda, para reparos. Havia uma discordância entre a Marinha e a Aeronáutica quanto à utilização e ao comando do porta-aviões, que foi resolvida posteriormente, cabendo à Marinha o comando e o uso dos helicópteros, e à Aeronáutica a utilização do navio como base.

Promovido a almirante em junho de 1960, Matoso Maia transferiu-se para a reserva. Deixou o Ministério da Marinha ao final do governo Kubitschek, em janeiro de 1961.

Casou-se com Iolanda Braga Matoso Maia. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 3 de maio de 1973.