Gustavo Capanema

  • Gustavo Capanema (ao centro, de óculos, em pé), Benedito Valadares (à sua esq.) e Juscelino Kubitsheck (entre ambos), juntamente com José Maria Alkmin e Israel Pinheiro, entre outros, em recepção de gala. MG, agosto de 1934. FGV/CPDOC, Arq. Gustavo Capanema.

Gustavo Capanema Filho nasceu em Pitangui (MG) no dia 10 de agosto de 1900, filho de Gustavo Xavier da Silva Capanema e de Marcelina Júlia de Freitas Capanema. Formou-se pela Faculdade de Direito de Minas Gerais em 1923 e quatro anos depois iniciou sua vida política ao eleger-se vereador em sua cidade natal.

Nas eleições presidenciais realizadas em março de 1930 apoiou a candidatura presidencial de Getúlio Vargas, lançado pela Aliança Liberal. Com a posse de Olegário Maciel no governo de Minas Gerais, foi nomeado seu oficial-de-gabinete e, logo em seguida, secretário do Interior e Justiça.

Em agosto de 1931 Capanema liderou a reação a um golpe deflagrado na capital mineira para afastar Olegário Maciel do governo. O golpe, que contou com a participação de políticos mineiros descontentes com os rumos da política estadual, foi articulado pelo ministro Oswaldo Aranha e contou com a conivência do próprio presidente da República. Meses depois, Capanema atuou como intermediário no processo de reaproximação entre Vargas e Olegário. No início de 1932 participou da fundação do Partido Social Nacionalista (PSN), surgido da tentativa de pacificação da política mineira. Em julho daquele mesmo ano, porém, o chamado "acordo mineiro" foi definitivamente rompido quando elementos ligados ao PRM apoiaram o movimento constitucionalista, deflagrado em São Paulo contra o governo federal. Capanema e Olegário Maciel, que nessa ocasião mantiveram-se ao lado de Vargas e deram combate aos rebeldes paulistas, participariam, em janeiro do ano seguinte, de mais uma experiência partidária, o Partido Progressista (PP), que reunia os setores políticos mineiros alinhados aos governos estadual e federal.

Em setembro de 1933, com a morte de Olegário Maciel, Capanema assumiu interinamente a interventoria federal em Minas. Pleiteando a sua efetivação no cargo, Capanema tinha como principal adversário Virgílio de Melo Franco. Vargas, porém, surpreendeu a todos ao nomear para o cargo, em dezembro, o deputado Benedito Valadares. Como compensação, Capanema foi designado pelo presidente para dirigir o Ministério da Educação e Saúde. Nomeado em julho de 1934, permaneceria no cargo até o fim do Estado Novo, em outubro de 1945.

Após o fim do Estado Novo, filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD), pelo qual elegeu-se deputado federal constituinte por Minas Gerais em dezembro de 1945. Capanema obteve, em seguida, sucessivos mandatos parlamentares.

Entre 1959 e 1961, nomeado pelo presidente Juscelino Kubitschek, afastou-se do parlamento para ocupar o posto de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Retomou em seguida seu mandato de deputado. Em 1964 apoiou o golpe que depôs o presidente João Goulart. Logo depois, com a instituição do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar. Permaneceu na Câmara dos Deputados até 1970. Em seguida, sempre por Minas Gerais, obteve um mandato no Senado Federal, onde permaneceu até 1979, encerrando então sua carreira política.

Gustavo Capanema casou-se com Maria de Alencastro Massot, com quem teve dois filhos. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 10 de março de 1985.