Etelvino Lins

  • Etelvino Lins assina a Constituição de 1946. Rio de Janeiro, 18 de setembro de 1946. FGV/CPDOC, Arq. Etelvino Lins.

Etelvino Lins de Albuquerque nasceu em Alagoa de Baixo, hoje Sertânia (PE), no dia 20 de novembro de 1908, filho de Ulisses Lins de Albuquerque e de Rosa Bezerra Lins de Albuquerque.

Em 1930, bacharelou-se em Direito e em fevereiro do ano seguinte assumiu o cargo de promotor público na comarca de Goiana (PE). Permaneceu no exercício dessa função até agosto de 1934, sendo então nomeado segundo-delegado-auxiliar. Em novembro de 1935 passou a responder pela 1ª Delegacia Auxiliar.

Com a implantação do Estado Novo em novembro de 1937, assumiu a Secretaria do Governo de Pernambuco, permanecendo somente por um mês, quando foi nomeado secretário de Segurança Pública do estado.

Em fevereiro de 1945, foi indicado pelo presidente Getúlio Vargas para substituir Agamenon Magalhães na interventoria de Pernambuco. Empossado no dia 5 de março, ainda neste mês participou dos trabalhos de criação do Partido Social Democrático (PSD) em seu estado. Em virtude do golpe político-militar de 29 de outubro que destituiu Vargas, deixou o cargo de interventor, sendo eleito, em dezembro seguinte, para o Senado Federal na legenda do PSD.

Eleito primeiro-secretário do Senado em março de 1951, no ano seguinte Etelvino Lins reelegeu-se para o mesmo cargo. Com a morte súbita do governador Agamenon Magalhães em 1952, tiveram início as articulações partidárias para a eleição de um sucessor que completasse seu mandato. Eleito governador, Etelvino renunciou ao mandato de senador, tomando posse no Executivo estadual em dezembro de 1952.

Diante do impacto causado pelo suicídio de Vargas em agosto de 1954, propôs, sem sucesso, o adiamento das eleições legislativas de outubro, sustentando que o pleito poderia dar uma esmagadora vitória aos candidatos do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), aumentando os riscos de uma intervenção militar. No mesmo sentido, sugeriu o lançamento de um candidato único à presidência no ano seguinte, propondo, para tanto, que o PSD se aproximasse da União Democrática Nacional (UDN) e das outras forças políticas do país, numa tentativa de constituir uma aliança interpartidária. Suas propostas não tiveram o apoio da cúpula do PSD e foram combatidas por Juscelino Kubitschek, que, a esta altura, já lançara sua candidatura a presidente.

Etelvino Lins deixou o governo pernambucano em 31 de janeiro de 1955, transmitindo o cargo a Cordeiro de Farias. Com a homologação da candidatura de Juscelino e o malogro da tese da união nacional, foi lançado, em abril, candidato presidencial com o apoio da UDN e de dissidentes do PSD. Recebeu também a adesão do Clube da Lanterna, organização civil liderada por Carlos Lacerda. Em junho, no entanto, renunciou à indicação e passou a apoiar a candidatura de Juarez Távora.

Nomeado por Café Filho em agosto de 1955 como Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), recebeu a tarefa de relatar as contas do presidente da República relativas ao exercício daquele ano. No ano seguinte, foi eleito vice-presidente do TCU para o ano de 1957, mas declinou dessa escolha por considerar que a condição de presidente do diretório do PSD em Pernambuco, que voltara a ocupar, poderia chocar-se com a condição de presidente daquele tribunal, que poderia eventualmente assumir. Concorrendo às eleições de outubro de 1958 na legenda da Frente Democrática Pernambucana, elegeu-se deputado federal por seu estado, assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte. Em janeiro de 1963, concluiu seu mandato e retornou ao cargo de ministro do TCU.

Em 1965 Etelvino Lins foi eleito presidente do TCU. Aposentando-se em 1969, no ano seguinte, concorreu mais uma vez à Câmara Federal na legenda da Aliança Renovadora Nacional (Arena), agremiação governista. Eleito, tomou posse em fevereiro de 1971.

Tendo em vista as eleições indiretas para a sucessão estadual a serem realizadas em outubro de 1974, Etelvino Lins, unindo-se a antigos líderes políticos, apoiou o nome do secretário-geral da Arena, Marco Antônio Maciel, para o governo de Pernambuco. Diante da indicação de José Francisco de Moura Cavalcanti, que contava com a preferência do presidente Geisel, recusou-se a concorrer à reeleição à Câmara Federal, concluindo seu mandato em janeiro de 1975.

Interessado em reingressar na vida política, lançou-se candidato em maio de 1978 às eleições para a Câmara Federal marcadas para novembro daquele ano. Em 5 de agosto, no entanto, desistiu da candidatura.

Casou-se com Djanira Falcão Lins de Albuquerque, com quem teve oito filhos. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 18 de outubro de 1980.