Ernesto Dornelles

  • Ernesto Dornelles entre Lucal Garcez e Juscelino Kubitsheck. S.I., 30 de setembro de 1957. Arquivo Público do Estado de São Paulo/Última Hora.

Ernesto Dornelles nasceu em São Borja (RS) no dia 20 de setembro de 1897, filho do general Ernesto Francisco Dornelles e de Amélia Rodrigues Dornelles. Era primo de Getúlio Vargas. Em 1918 sentou praça no Exército, tendo cursado a Escola Militar do Realengo (RJ). Atuou junto às forças legalistas no combate à revolta que eclodiu no Rio Grande do Sul em 1924, e participou também da Revolução de 1930.

Durante o ano de 1934 atuou como instrutor da Força Pública mineira, mantendo-se ligado ao gabinete do secretário do Interior de Minas até 1935. Em janeiro de 1936 foi nomeado chefe de polícia de Minas Gerais, cargo no qual permaneceu até 1942. Posteriormente foi transferido para o gabinete do ministro da Guerra, general Eurico Dutra, onde serviu até 1943.

Em setembro de 1943, Getúlio Vargas nomeou Ernesto Dornelles interventor no Rio Grande do Sul. Em 1945 foi um dos responsáveis pela formação do Partido Social Democrático (PSD) no estado. Com a deposição de Vargas, foi substituído na interventoria gaúcha. No pleito para a Assembléia Nacional Constituinte (ANC) realizado em dezembro de 1945, foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul pelo PSD. Logo em seguida foi promovido a coronel.

Em dezembro de 1949 foi transferido para a reserva. Em julho de 1950, convidado por Getúlio Vargas para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul, Dornelles aceitou e foi eleito. Permaneceu no governo gaúcho até janeiro de 1955.

Com a eleição de Juscelino Kubitschek para a presidência da República, foi convidado a ocupar o Ministério da Agricultura, tomando posse no cargo em 31 de janeiro de 1956. Durante sua breve gestão, o ministério procurou expandir a mecanização agrícola, tendo sido instituído um grupo de trabalho que apresentou sugestões sobre comércio, financiamento e importação de máquinas e implementos agrícolas. Em agosto de 1956, após estudos da Comissão de Financiamento da Produção, foram garantidos preços mínimos para os produtos de subsistência, de forma a proteger o agricultor e evitar a elevação dos preços dos gêneros de primeira necessidade.

Sua gestão foi também responsável pela mudança na orientação dada à política de financiamento das atividades rurais. Até então, o crédito especializado vinha sendo concedido quase que exclusivamente pelas entidades públicas. Visando estender o financiamento à produção agropecuária, o governo procurou meios de estimular a rede bancária privada.

Em meados de 1956 Kubitschek decidiu dar nova orientação ao Ministério da Agricultura. Para isso, tornava-se necessária a substituição de Dornelles por alguém mais capaz de promover a reestruturação do setor agrícola. Deste modo, o presidente lhe ofereceu o cargo de membro do conselho administrativo da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), criada a 22 de setembro de 1956 e encarregada da construção de Brasília. Tendo aceito a nova função, Ernesto Dornelles deixou o ministério.

Em agosto de 1962, Ernesto Dornelles tornou-se conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), cargo em que permaneceu até 30 de julho de 1964, quando veio a falecer no Rio de Janeiro. Foi casado com Fabíola Pinto Dornelles.