Edmundo Barbosa da Silva

  • Edmundo Barbosa da Silva desembarca em Moscou. 18 de dezembro de 1959. Arquivo Público do Estado de São Paulo/Última Hora.

Edmundo Pena Barbosa da Silva nasceu em Curvelo (MG) no dia 11 de fevereiro de 1917, filho de Alexandre Barbosa da Silva e de Isabel Pena Barbosa da Silva. Bacharelou-se em Direito em 1937 e iniciou sua carreira diplomática em março de 1939. Em novembro foi indicado para a embaixada brasileira em Londres, onde permaneceu até dezembro de 1941. De volta ao Brasil, tornou-se auxiliar do Gabinete Civil da Presidência da República em maio de 1945.

Promovido a ministro da segunda classe em janeiro de 1954, integrou a seção brasileira na Comissão Mista Brasil-Argentina, chefiando nesse mesmo mês a missão brasileira junto aos países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em 1956 tornou-se membro do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), consultor do Conselho de Desenvolvimento e membro da Comissão de Minério desse organismo.

Promovido a ministro de primeira classe em maio de 1959, chefiou em setembro a delegação brasileira na reunião para negociações relativas ao estabelecimento de uma zona de livre comércio na América Latina, realizada em Montevidéu, integrando em dezembro desse ano o grupo interno de coordenação e execução da política econômica exterior do Itamarati.

Em fevereiro de 1960, integrou o grupo de trabalho para estudo do sistema de formação e aperfeiçoamento do diplomata, chefiando em abril desse ano a delegação brasileira nas negociações do Acordo Substitutivo do Ajuste de Pagamentos e do Acordo Comercial com a Polônia. Em maio chefiou a delegação à XVI Sessão das Partes Contratantes do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (Gatt), realizada em Genebra. No mês de julho presidiu a Comissão Mista Brasil-Polônia e em outubro chefiou a delegação brasileira junto à Conferência Tarifária e às negociações tarifárias bilaterais do Gatt. Também em outubro tornou-se secretário-geral interino do Ministério das Relações Exteriores, função que deixaria em fevereiro de 1961. Nessa condição, em dezembro de 1960 atuou como ministro interino durante a gestão de Horácio Lafer. Entre 1960 a 1961 integrou o conselho técnico da Federação Nacional de Comércio e presidiu o Gatt.

Em outubro de 1961 tornou-se presidente do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), deixando o cargo em julho de 1962. Durante a vigência do sistema parlamentar de governo no Brasil foi assistente especial do Conselho de Ministros. Em 1966 foi colocado à disposição do governo do estado do Rio de Janeiro, condição em que permaneceria pelo menos até 1975.

Em outubro de 1976 tornou-se membro da diretoria e do conselho de administração da Companhia Auxiliar de Empresas de Minério (Caemi) e, como tal, foi indicado em 1982 para substituir o economista Sérgio Quintela na presidência da Companhia Jari. No início de setembro de 1982 tomou posse no novo cargo. Dono de fazendas no norte do estado do Rio de Janeiro, dedicou-se à lavoura açucareira.

Membro do conselho de curadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) desde 1983 e sócio mantenedor da Associação Promotora de Estudos da Economia desde 1989, tornou-se presidente de honra do conselho de administração da Generali do Brasil - Companhia Nacional de Seguros em 1993. No ano seguinte tornou-se membro do Conselho Empresarial de Agricultura e Agroindústria da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

Casou-se em primeiras núpcias com Lígia Barbosa da Silva, com quem teve um casal de filhos, e em segundas núpcias com Maria Custódia Barbosa da Silva, com que teve três filhos.