Artur Bernardes Filho

  • Artur Bernardes Filho (em pé, 1° à esq.) e Cristiano Machado, entre outros membros do Partido Republicano Mineiro. Belo Horizonte, 1930. FGV/CPDOC, Arq. Cristiano Machado.

Artur da Silva Bernardes Filho nasceu em Viçosa (MG) no dia 16 de setembro de 1906, filho de Artur da Silva Bernardes e de Clélia Vaz de Melo Bernardes. Entre 1924 e 1926, durante a passagem de Artur Bernardes pela presidência da República, foi secretário particular do pai. Formou-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro em 1928 e iniciou em seguida carreira de advogado.

Ligado ao movimento da Aliança Liberal, após a Revolução de 1930 foi nomeado fiscal do governo de Minas Gerais junto ao Banco Hipotecário e Agrícola do estado, cargo que ocupou até o ano seguinte, quando, juntamente com seu pai, rompeu com o governo de Getúlio Vargas. Participou em seguida da Revolução Constitucionalista de 1932. Em outubro de 1934, elegeu-se deputado federal na legenda do Partido Republicano Mineiro (PRM).

Nos dois primeiros anos do Estado Novo, Bernardes Filho foi preso diversas vezes e afinal deportado. Só retornou ao Brasil em dezembro de 1939. Impedido de exercer a vida pública, dedicou-se à advocacia e, principalmente, à chefia do Departamento Legal do Contencioso da Companhia de Seguros Eqüitativa do Brasil. Dedicou-se também às atividades industriais e fundou a Eletromar S.A. Em 1943, foi um dos signatários do Manifesto dos mineiros, documento firmado por importantes personalidades liberais e conservadoras de Minas, que reivindicavam a democratização do país.

Em 1945, ingressou no Partido Republicano (PR), pelo qual se elegeu deputado à Assembléia Nacional Constituinte. Assumiu o mandato em fevereiro de 1946 e, nas eleições para o Senado de 19 de janeiro de 1947, foi eleito senador. Abrindo mão de seu mandato de deputado, tomou posse no Senado em abril seguinte. Em outubro de 1950, reelegeu-se senador por Minas. Nessas eleições, o PR aliou-se ao Partido Social Democrático (PSD) e apoiou a candidatura vitoriosa de Juscelino Kubitschek ao governo do estado.

Em dezembro de 1954, declarou que se esforçaria para que a convenção nacional do PR apoiasse a candidatura de Juscelino à presidência da República caso esta fosse aprovada pelo PSD. Na época, a candidatura de Juscelino havia sido lançada extra-oficialmente pela direção nacional do PSD, mas encontrava forte oposição de importantes setores regionais do partido. Com a morte de Artur Bernardes em março de 1955, Bernardes Filho substituiu-o na presidência nacional do PR. Deveu-se em boa parte à sua atuação o apoio dado pelo PR à candidatura de Juscelino nas eleições presidenciais de 3 de outubro de 1955. Nas mesmas eleições, a coligação PSD-PR elegeu o pessedista José Francisco Bias Fortes governador de Minas, e Bernardes Filho vice-governador.

Nas eleições parlamentares de outubro de 1958, quando tentou se reeleger para o Senado, Bernardes Filho foi derrotado por Mílton Campos, candidato da União Democrática Nacional (UDN). No governo de Jânio Quadros (1961), chefiou o Ministério da Indústria e Comércio, do qual foi o primeiro titular. Em agosto de 1961, com a renúncia de Jânio, demitiu-se da pasta.

Bernardes Filho presidiu o PR até sua extinção pelo Ato Institucional n0 2 (AI-2), de 27 de outubro de 1965. Posteriormente, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena).

Casou-se com Sofia de Azevedo Bernardes e faleceu no Rio de Janeiro no dia 21 de julho de 1981.