Armando Sales

Armando de Sales Oliveira nasceu na cidade de São Paulo no dia 24 de dezembro de 1887, filho de Francisco de Sales Oliveira e de Adelaide Sá de Sales Oliveira. Formou-se engenheiro civil pela Escola Politécnica de São Paulo.

Filiado ao Partido Democrático (PD) de São Paulo, participou das articulações que levaram à criação, em princípios de 1932, da Frente Única Paulista e, em julho daquele ano, à deflagração da Revolução Constitucionalista. Em 1933, foi um dos articuladores da Chapa Única por São Paulo, que disputou as eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, realizadas no mês de maio, e elegeu a maior parte dos representantes paulistas.

Ainda em 1933, apesar da derrota de São Paulo, Vargas decidiu atender à antiga reivindicação do estado, de um interventor civil e paulista, e nomeou Armando Sales para o cargo. Empossado em agosto, o interventor teve de enfrentar forte oposição dos setores militares do estado. Superado esse obstáculo, Armando Sales dedicou-se à reconstrução do aparelho administrativo, completamente desarticulado desde a Revolução Constitucionalista. Durante sua gestão foi criada a Universidade de São Paulo (USP).

No plano político, Armando Sales criou o Partido Constitucionalista, que absorveu o PD, oficialmente extinto em fevereiro de 1934, e uma dissidência do tradicional Partido Republicano Paulista (PRP). Ao mesmo tempo, buscou aproximar-se do governo federal, o que levou Vargas a nomear dois nomes indicados pelo Partido Constitucionalista para o seu ministério: Vicente Rao, para a Justiça e Negócios Interiores, e José Carlos de Macedo Soares, para as Relações Exteriores. Em outubro de 1934, Armando Sales comandou a vitória de seu partido nas eleições para a Constituinte estadual, cujos membros o elegeram governador constitucional em abril do ano seguinte.

No final de 1936, Armando Sales comunicou a Vargas sua intenção de candidatar-se às eleições presidenciais previstas para janeiro de 1938. Apesar de ter sido desestimulado pelo presidente, desincompatibilizou-se do governo paulista e lançou sua candidatura em fevereiro de 1937. Para dar sustentação à sua candidatura foi formada a União Democrática Brasileira, cuja presidência lhe coube. Lançaram-se também na disputa o paraibano José Américo de Almeida, apoiado pela maioria dos governadores e por membros do governo federal, e Plínio Salgado, lançado pela Ação Integralista Brasileira (AIB). Vargas, contudo, apoiado pelos generais Eurico Gaspar Dutra, ministro da Guerra, e Góis Monteiro, chefe do Estado-Maior do Exército, em novembro de 1937 fechou o Congresso Nacional, cancelou as eleições e instituiu o Estado Novo.

Armando Sales passou, então, cerca de um ano em prisão domiciliar. Em novembro de 1938 exilou-se na França e aí viveu até abril do ano seguinte, quando se transferiu para os Estados Unidos. No exílio, divulgou seguidos manifestos contra a ditadura. Em 1943, fixou-se na Argentina, de onde retomou contatos políticos com seus aliados no Brasil. Ao ser anistiado e voltar ao país em abril de 1945, encontrava-se já gravemente doente. Chegou a participar da fundação da União Democrática Nacional (UDN) e foi membro de sua comissão diretora.
Faleceu em São Paulo no dia 17 de maio de 1945. Foi casado com Raquel de Mesquita, filha de Júlio de Mesquita, proprietário do jornal O Estado de S. Paulo.