Antônio de Barros Carvalho

  • Antônio de Barros Carvalho recebe secretário de Adricultura do EUA, Ezra Benson. Brasília, 4 de janeiro de 1956. Arquivo Público do Estado de São Paulo/Última Hora.

Antônio de Barros Carvalho nasceu em Palmares (PE), no dia 12 de fevereiro de 1899, filho de José de Carvalho e Albuquerque e de Francisca de Barros Carvalho. Diplomou-se pela Faculdade de Farmácia e Odontologia de Recife.

Seu primeiro cargo público foi o de fiscal do imposto de consumo, função que exerceu durante vários anos. Em seguida, foi nomeado superintendente da fiscalização dos impostos federais e, durante a gestão de Artur de Sousa Costa no Ministério da Fazenda, foi assessor técnico do ministro. Nesse período, foi também redator do Diário de Pernambuco e diretor do Jornal Pequeno.

Filiado à União Democrática Nacional (UDN), elegeu-se primeiro suplente de deputado federal por Pernambuco em 1945. Entre junho e dezembro de 1947, ocupou uma cadeira na Câmara. Elegeu-se deputado federal em outubro de 1950 pela Coligação Democrática Pernambucana, que reunia seu partido, a UDN, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o Partido Republicano (PR), o Partido de Representação Popular (PRP) e o Partido Libertador (PL).

Em 1954, já filiado ao PTB, reelegeu-se deputado federal pelo Movimento Popular Autonomista, aliança entre o PTB e o Partido Social Trabalhista (PST). No exercício desse mandato, foi primeiro-secretário da Câmara e presidiu, em 1958, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) conhecida como "CPI da American Can Co.". Em outubro de 1958 elegeu-se senador e, ao mesmo tempo, reelegeu-se deputado federal pelas Oposições Unidas de Pernambuco. Optou pelo mandato no Senado.

No dia 6 de junho de 1960, foi nomeado ministro da Agricultura pelo presidente Juscelino Kubitschek em substituição a Mário Meneghetti. Durante sua gestão, baixou o decreto que instituiu anualmente a Semana da Agricultura em caráter nacional. Com a posse do presidente Jânio Quadros, em janeiro em 1961, deixou o ministério e reassumiu sua cadeira no Senado.

Encontrava-se na República Popular da China integrado à comitiva do vice-presidente João Goulart, em missão comercial, quando ocorreu a renúncia do presidente Jânio em 25 de agosto de 1961. Embora contrário ao Ato Adicional nº 4, que instituiu o regime parlamentarista no Brasil, Barros Carvalho foi favorável à sua votação urgente pelo Congresso Nacional como forma de garantir a posse de Goulart. Em 1962, defendeu a antecipação do plebiscito, que afinal foi realizado em janeiro de 1963 e aprovou a volta do presidencialismo.

No Senado, foi líder da bancada do PTB e da maioria, formada por seu partido e o Partido Social Democrático (PSD). Como jornalista, colaborou no Estado de Minas Gerais e no Diário de São Paulo.

Casou-se em primeiras núpcias com Lígia de Barros Carvalho, com quem teve três filhos. Viúvo, casou-se pela segunda vez com Amália Guimarães de Barros, com quem teve uma filha. Faleceu em Recife, no dia 3 de setembro de 1966.