Alírio Sales Coelho

  • Arnaldo Sussekind, Alírio Sales Coelho e José Gomes Talarico. S.l., 9 de janeiro de 1962. Arquivo Público do Estado de São Paulo/Última Hora.

Alírio Sales Coelho nasceu em Serro (MG) no dia 15 de junho de 1904, filho de Antônio Rodrigues Coelho Júnior e de Rita Augusta Sales Coelho. Diplomou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito de Belo Horizonte em 1926.

No início do Estado Novo (1937-1945), foi interventor na Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Empregados da Estrada de Ferro Maricá, no estado do Rio de Janeiro, e em 1938 tornou-se adjunto de procurador interino do Conselho Nacional do Trabalho (CNT). Em 1941 integrou a comissão revisora dos processos das câmaras de Justiça do Trabalho e de Previdência Social criadas com a reestruturação do CNT e foi procurador interino da Procuradoria da Previdência Social. No ano seguinte exerceu a mesma função junto à Procuradoria da Justiça do Trabalho e tornou-se assistente jurídico da turma do serviço eleitoral para a composição dos órgãos administrativos dos institutos e caixas de aposentadoria e pensões.

Em 1943 fez parte da comissão de tomada de contas do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários e foi interventor no Instituto de Aposentadoria e Pensões da Estiva. No ano seguinte tornou-se diretor do Serviço de Identificação Profissional do Ministério do Trabalho e diretor-geral substituto do Departamento Nacional do Trabalho (DNT). Durante o governo de José Linhares (1945-1946) manteve esse último cargo.

Em 1946, com o início do governo do general Eurico Dutra, Sales Coelho tornou-se diretor-geral efetivo do DNT. Ainda nesse ano tornou-se procurador de primeira categoria do Ministério do Trabalho, assistente técnico do gabinete do ministro Otacílio Negrão de Lima e, como especialista em assuntos de direito do trabalho, membro da Comissão do Imposto Sindical. Em 1947 tornou-se membro da Seção de Segurança Nacional do Ministério do Trabalho e presidente da Comissão Técnica de Orientação Sindical. Participou no ano seguinte da comissão de mão-de-obra da Comissão Mista Brasileiro-Americana, conhecida por Missão Abbink, e foi representante do Ministério do Trabalho no Conselho de Serviço de Ensino Comercial, no estado do Rio de Janeiro, e presidente da Comissão de Enquadramento Sindical, à qual pertenceria até 1951. Ainda em 1948, passou a integrar a Comissão Permanente de Direito Social, na qual permaneceria até 1950. Em 1951 deixou a diretoria geral do DNT.

Procurador-geral substituto da Procuradoria Geral da Previdência Social em 1952, com a posse de Juscelino Kubitschek na presidência da República, em janeiro de 1956, reassumiu a direção geral do DNT, à frente do qual permaneceria até 1960. Em 1957 presidiu também a comissão de inquérito para apurar as irregularidades no Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS) e substituiu o presidente da Comissão do Imposto Sindical. Em 1958 tornou-se membro das comissões interministeriais para o estudo das reivindicações dos marítimos e da que foi criada pelo presidente da República para a rescisão do Regulamento do Serviço de Praticagem. Integrou o conselho consultivo da Comissão de Marinha Mercante em 1959 e, de novembro a dezembro desse ano, assumiu interinamente o Ministério do Trabalho, na ausência de Fernando Nóbrega. Em 1960 tornou-se ministro do Tribunal Superior do Trabalho.

Assumiu efetivamente o Ministério do Trabalho em novembro de 1960, por ocasião da renúncia do titular, João Batista Ramos, decorrente da atitude de Kubitschek ao reprimir a greve dos marítimos naquele mês. Ocupou o cargo até janeiro de 1961, quando o novo presidente da República, Jânio Quadros, nomeou para o ministério Francisco de Castro Neves.

Casou-se com Maria Letícia Coelho, com quem teve três filhos. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 9 de abril de 1975.